Jatos israelenses bombardearam grupos de árabes beduínos na província de Suwayda, no sul da Síria, em meio a confrontos com a comunidade drusa.
Na quarta-feira (16), um cessar-fogo foi firmado entre o governo central de Damasco e grupos armados de Suwayda, de maioria drusa. Israel, no entanto, explorou a instabilidade para intensificar ataques que chegaram à capital.
De acordo com correspondente da agência de notícias Anadolu, tensões assumiram novo apogeu na manhã de quinta-feira (17), quando drusos armados forçaram deslocamento de famílias beduínas. A violência deixou mortos e feridos e escalou a confrontos ao longo da noite.
Beduínos reagiram, ao retomarem controle de diversas aldeias no oeste de Suwayda, incluindo Mazraa, Tira, Sama al-Hunaidat, Sami’ah, al-Dur, Ta’ara e Qarasa.
Mais tarde, drones israelenses conduziram “missões de vigilância” no espaço aéreo sírio. Às 20h40 do horário local, na quinta-feira, jatos combatentes de Israel deflagraram novos ataques à aldeia de Mazraa — beduína.
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Forças sírias, que se retiraram de Suwayda, não intervieram nos confrontos, senão ao instalarem checkpoints na estrada que liga a província a Daraa.
O governo, contudo, acusou “forças clandestinas” de violarem o acordo, ao realizarem “atos horríveis de violência, amplamente documentados por observadores internacionais [com] ameaça à paz cívica e risco de levar toda a região a um colapso de segurança e ao caos”.
O comunicado alertou ainda contra a “flagrante ingerência israelense nos assuntos internos da Síria” — no entanto, sem ações.
Estima-se que um terço da população beduína deixou Suwayda desde o início dos confrontos no domingo (13). Neste entremeio, membros de tribos árabes rumaram às áreas rurais de Daara e Damasco, fronteiriças com Suwayda.
Anciões da tribo al-Masaeed acusaram “grupos armados” de atacar aldeias, matar dezenas, queimar casas, roubar gado e veículos e agredir mulheres.
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Ali al-Jamlan, da tribo homônima na região de Lajat, entre Daraa e Suwayda, instou os líderes espirituais da região em conflito a promoverem uma trégua e rechaçarem abusos contra a população árabe. Al-Jamlan advertiu que as ações levarão somente a maior destruição.
Segundo al-Jamlan, o recuo do governo, no entanto, tem responsabilidade: “O exército se retirou na noite de quarta. Na manhã de quinta, todas as aldeias e cidades já estavam submetidas a um ataque coordenado de grupos armados”.








