As regiões sul e central de Gaza estão vivenciando uma das piores crises humanitárias do mundo hoje, com mais de 1.5 milhão de palestinos submetidos a sede, reportaram organizações locais e internacionais.
Usinas de dessalinização pararam quase completamente de funcionar, devido ao cerco e subsequente falta de combustível, à medida que o verão no Hemisfério Norte assola Gaza, com recordes de temperatura.
A crise hídrica se agravou ainda mais após forças da ocupação israelense desativarem o sistema de dutos de Mekorot, uma das principais fontes de água potável em Gaza, em meio ao genocídio em curso contra o enclave.
Nos campos centrais de Gaza — Deir al-Balah, Nuseirat, Bureij, Zawaida, Maghazi e al-Masdar — residentes recorrem sobretudo a água do mar parcialmente tratada, após a usina de dessalinização de Deir al-Balah deixar de operar por falta de energia.
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Em Khan Younis, no sul, mais de 1.2 milhão de deslocados concentrados em al-Mawasi dependem também de água do mar para amenidades básicas, como higiene e limpeza, após tropas israelenses destruírem poços artesianos em uma invasão por terra.
Segundo o gabinete de comunicação do governo de Gaza, o exército israelense conduz hoje uma “guerra sistemática de sede”, com ao menos 112 massacres cometidos contra civis que buscavam água para beber. Mais de 700 pessoas foram mortas — em maioria, crianças —, além de milhares de feridos.
A assessorial revelou que as forças ocupantes destruíram deliberadamente mais de 720 poços artesianos, privando 1.25 milhão de pessoas de acesso a água limpa.
Além disso, Israel bloqueia entrada de 12 milhões de litros de combustível a cada mês, o que levou ao fechamento da usina de dessalinização e das instalações de tratamento de esgoto, com colapso dos sistemas de saneamento, causando doenças.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 58 mil mortos e dois milhões de desabrigados sob cerco e crise humanitária. As ações são investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
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