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Segurança de Gaza frustra ação de espionagem, prende agente de campo

16 de julho de 2025, às 12h25

Aparelho de espionagem israelense escondido em um bloco de concreto, em Gaza [Al Hares/Reprodução]

Fontes de segurança em Gaza reportaram que a Unidade de Segurança da Resistência conseguiu deter um agente que conduzia missões de espionagem em favor do exército da ocupação israelense, dentro de áreas devastadas pelos bombardeios.

Segundo relatos, o agente — identificado como M.T. — esteve envolvido em operações de campo, incluindo a implantação de aparelhos de escuta e vigilância em localidades estratégicas alvejadas previamente por aeronaves israelenses, com grande número de baixas, sobretudo civis, entre as quais crianças. 

Investigações revelaram que M.T. recebia suas instruções diretamente de um oficial de inteligência israelense, incluindo coordenadas para que deixasse áreas destinadas a um novo bombardeio por parte de Tel Aviv.

O inquérito em curso expôs ainda que o agente obteve equipamentos de espionagem em pontos de distribuição militarizados israelo-americanos no sul de Gaza sitiada, onde encontrava um contrabandista, que o concedia suprimentos e aparatos.

M.T. teria recebido treinamento para instalar e omitir aparatos de vigilância, sobretudo em edifícios danificados, para mapear a movimentação de tropas da resistência. 

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Segundo oficiais, a infiltração mediante zonas humanitárias reflete “as táticas antiéticas da inteligência de Israel”.

Autoridades de segurança em Gaza confirmaram que o inquérito segue em curso e que informações devem ser divulgadas em breve, sobre a natureza das missões do agente detido e suas consequências. 

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, incluindo cerco e invasão por terra, há quase 650 dias, em retaliação e punição coletiva por uma operação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados, em 7 de outubro de 2023.

Desde então, são ao menos 58 mil palestinos mortos, 135 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob catástrofe de fome e destruição generalizada, além de mais de 11 mil desaparecidos sob os escombros.

As vítimas são, em maioria, mulheres e crianças.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), corte-irmã também em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade perpetrados em Gaza.

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