A Administração Civil de Israel — órgão colonial para a Cisjordânia ocupada — revogou poderes administrativos da prefeitura palestina de Hebron (al-Khalil) sobre a Mesquita de Abraão, ou Túmulo dos Patriarcas, ao transferi-los ilegalmente ao conselho religioso do assentamento de Kiryat Arba, confirmou nesta terça-feira (15) o jornal em hebraico Israel Hayom.
A medida, segundo a reportagem, representa “um passo histórico e sem precedentes” que altera efetivamente o status quo da mesquita. Embora não haja detalhes até então sobre a natureza dos poderes rescindidos, o jornal observou que a ação busca facilitar “mudanças estruturais no local”.
Trata-se da primeira alteração de impacto sobre a gestão da Mesquita de Abraão desde as recomendações do chamado Comitê Shamgar, em 1994, que incorreram na partilha do perímetro, com 63% ao culto judaico e 37% aos muçulmanos.
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A divisão adveio, no entanto, de um ataque terrorista conduzido pelo colono israelense Baruch Goldstein, durante orações da manhã, dentro da santuário, com a morte de 29 palestinos. Goldstein passou a ser celebrado por lideranças coloniais, incluindo Itamar Ben-Gvir, atual ministro de Segurança Nacional do Estado de Israel.
Segundo as informações, a Administração Civil pressiona há anos por controle do local, em favor dos colonos.
A Mesquita de Abraão — profeta celebrado por judeus, cristãos e muçulmanos — está situada no coração da Cidade Velha de Jerusalém, em Hebron, na chamada Área C da Cisjordânia, sob controle israelense e sucessivos ataques coloniais.
