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Israel revoga autoridade da prefeitura de Hebron sobre Mesquita de Abraão

16 de julho de 2025, às 12h36

Soldados israelenses fecham Mesquita de Abraão (Túmulo dos Patriarcas), na cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada, em 3 de outubro de 2024 [Mamoun Wazwaz/Agência Anadolu]

A Administração Civil de Israel — órgão colonial para a Cisjordânia ocupada — revogou poderes administrativos da prefeitura palestina de Hebron (al-Khalil) sobre a Mesquita de Abraão, ou Túmulo dos Patriarcas, ao transferi-los ilegalmente ao conselho religioso do assentamento de Kiryat Arba, confirmou nesta terça-feira (15) o jornal em hebraico Israel Hayom.

A medida, segundo a reportagem, representa “um passo histórico e sem precedentes” que altera efetivamente o status quo da mesquita. Embora não haja detalhes até então sobre a natureza dos poderes rescindidos, o jornal observou que a ação busca facilitar “mudanças estruturais no local”.

Trata-se da primeira alteração de impacto sobre a gestão da Mesquita de Abraão desde as recomendações do chamado Comitê Shamgar, em 1994, que incorreram na partilha do perímetro, com 63% ao culto judaico e 37% aos muçulmanos.

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A divisão adveio, no entanto, de um ataque terrorista conduzido pelo colono israelense Baruch Goldstein, durante orações da manhã, dentro da santuário, com a morte de 29 palestinos. Goldstein passou a ser celebrado por lideranças coloniais, incluindo Itamar Ben-Gvir, atual ministro de Segurança Nacional do Estado de Israel.

Segundo as informações, a Administração Civil pressiona há anos por controle do local, em favor dos colonos.

A Mesquita de Abraão — profeta celebrado por judeus, cristãos e muçulmanos — está situada no coração da Cidade Velha de Jerusalém, em Hebron, na chamada Área C da Cisjordânia, sob controle israelense e sucessivos ataques coloniais.

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