O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ratificou um plano para confinar os palestinos de Gaza em uma “cidade humanitária” nas ruínas de Rafah, denunciada por críticos como campo de concentração, reportou o jornal Haaretz.
Sob a esquema, centenas de milhares de palestinos seriam admitidos ao campo depois de passarem por avaliação de segurança. Uma vez dentro, teriam ração e saúde, porém sem poder sair.
Conforme uma fonte, questionado sobre a pauta, reagiu Netanyahu: “Que comam Ben & Jerry’s, se é que me importa”.
Netanyahu tampouco descarta a gestão israelense do campo no futuro próximo. Outro oficial alegou que um sistema de governança em Gaza “será responsável pela vida ali … no entanto, por enquanto, seremos nós”.
Na segunda-feira (7), o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou a repórteres que o plano envolveria, a princípio, a realocação de 600 mil palestinos de uma área em al-Mawasi, já restrita, aos destroços de Rafah.
A ideia, segundo uma fonte, seria separar civis de combatentes, no sul e norte de Gaza, respectivamente. Katz, no entanto, deseja confinar toda a população civil — ou mais de dois milhões de pessoas — na nova “cidade”.
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Para o ministro, as obras se dariam numa trégua de 60 dias, com negociações em curso com o grupo Hamas. Netanyahu, porém, para procrastinar um acordo.
A proposta recebeu, contudo, condenação internacional.
Recursos árabes e dos EUA
Uma fonte do Haaretz indicou que Netanyahu não planejou detalhes do novo sistema, mas que a gestão do local deve recair, possivelmente, à Fundação Humanitária de Gaza (GHF), sistema israelo-americano denunciado por extermínio.
Israel tampouco deseja financiar o projeto, senão importar tendas e materiais. Firmas americanas, árabes e emiradenses foram especuladas para manutenção.
Conforme a Reuters, o GHF propôs também criar “áreas de trânsito humanitário”, para “desradicalizar” os palestinos. Não está claro se o projeto é o mesmo de Katz, todavia, sob eufemismo distinto. Sob críticas, o GHF negou os planos.
Desde seu estabelecimento, no fim de maio, cerca de 600 palestinos foram executados nos corredores assistenciais, somando-se às 57 mil mortes do genocídio israelense em Gaza, em curso desde outubro de 2023.
Os relatos parecem confirmar alertas internacionais de que Israel busca impor campos de concentração e extermínio em Gaza, como parte de um programa deliberado para a limpeza étnica e anexação do território palestino.
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