clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Mães e recém-nascidos vivem crise de fome em Gaza, alertam Nações Unidas

9 de julho de 2025, às 12h42

Suleiman Rujaylat, de um ano, recebe cuidados no Hospital Nasser de Khan Younis, em Gaza, em 30 de junho de 2025 [Hani Alshaer/Agência Anadolu]

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) alertou que dezenas de milhares de mulheres grávidas e lactantes na Faixa de Gaza sitiada, sob ataques de Israel, estão em condições de fome extrema, com impacto devastadores aos recém-nascidos.

“Bebês estão nascendo cedo demais, pequenos demais”, destacou o Gabinete Regional para os Estados Árabes do UNFPA, em comunicado compartilhado nesta terça-feira (8) na rede social X (Twitter). “Recém-nascidos vivem risco de morte ou sequelas para toda a vida”.

Segundo a nota, ao menos 50 mil grávidas e lactantes de Gaza “não comem há dias”, ao afetar sua capacidade de amamentar e alimentar as crianças, especialmente diante da indisponibilidade de fórmula infantil devido ao cerco israelense.

A agência descreveu a situação como “evitável”, ao pedir acesso humanitário urgente, pela campanha #OpenUpGaza, com a mensagem “Deixem entrar a ajuda”.

As Nações Unidas confirmam que o acesso humanitário a Gaza segue restrito, ao piorar a catástrofe vivenciada pelas populações vulneráveis, sobretudo mulheres e crianças. A UNFPA e outras agências seguem manifestando apelos por fluxo assistencial adequado.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase 640 dias, com 57.600 mortos e dois milhões de desabrigados, em condições de fome, doença e miséria.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), radicado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

LEIA: Indignação: Em vídeo, mercenários dos EUA celebram ao atirar em palestinos