O ministro de Energia de Israel, Eli Cohen, em entrevista à televisão local, reivindicou esforços para concretizar um plano para deslocar compulsoriamente os palestinos de Gaza, ao reiterar que não há intenção de reconstrução de seu governo após 22 meses de bombardeios indiscriminados com dezenas de milhares de vítimas civis.
Ao Canal 7, declarou Cohen: “Um cessar-fogo só será implementado quando os reféns [prisioneiros de guerra, sic] forem libertados. Não entraremos em qualquer negociação sem tê-los aqui — isso é parte do Plano Witkoff.”
Witkoff se refere ao enviado do governo dos Estados Unidos de Donald Trump à região, Steve Witkoff, engajado em negociações paralelas com Irã e o grupo palestino Hamas, de acordo com relatos disseminados recentemente.
Para Cohen, no entanto, a campanha militar israelense em Gaza seguirá até que “no dia depois da guerra [sic], não haverá Hamas — seja no campo civil ou de segurança”.
O ministro alegou ainda que Israel pretende intensificar seu bloqueio ilegal ao enclave, apesar de alertas internacionais de uma catástrofe de fome.
“Temos planos operacionais que não posso revelar”, disse Cohen, “mas, com o passar de cada dia, ganhamos mais e mais controle sobre as terras de Gaza. E temos consenso sobre isso no gabinete de segurança”.
Cohen assumiu crédito pela interrupção do fornecimento de gás natural e pelos cortes de energia elétrica em Gaza.
“Se tem alguma luz em Gaza, é dos painéis solares ou fontes locais”, insistiu o ministro. “Eles têm uma usina de dessalinização, mas também queremos utilizar a infraestrutura de água para propósitos operacionais”.Cohen expressou oposição a qualquer iniciativa regional que inclua o estabelecimento de um Estado palestino: “Se a condição de paz [normalização, sic] com a Arábia Saudita for essa, por mim, não haverá paz”.
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