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Netanyahu tenta adiar julgamento por corrupção, sob pretexto de tensões regionais

28 de junho de 2025, às 03h15

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, atende a seu julgamento por corrupção na corte distrital de Tel Aviv, em 16 de dezembro de 2024 [Stoyan Nenov/AFP/Getty images]

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, averbou nesta quinta-feira (26) um pedido formal para adiar seu depoimento em seu julgamento por corrupção na Corte Distrital de Jerusalém por duas semanas, sob pretexto de “questões de primeira ordem no campos diplomáticos, nacionais e securitários”.

A solicitação, submetida por seu advogado Amit Hadad, alega que, diante da guerra ao Irã, além de “desenvolvimentos adicionais regionais e internacionais”, o premiê deve se devotar a questões políticas, incluindo gestão da campanha em Gaza.

Seus advogados sugeriram convocar testemunhas de defesa neste entremeio — “tanto quanto possível”.

Segundo o jornal israelense Haaretz, no entanto, a procuradoria do Estado se opõe ao adiamento.

Nesta quinta-feira, Netanyahu compartilhou uma postagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedindo que o processo fosse prorrogado.

“Obrigado, presidente Trump, por seu apoio comovente a mim e seu tremendo apoio a Israel e ao povo judeu [sic]”, comentou Netanyahu. “Continuaremos a trabalhar juntos para derrotar nossos inimigos comuns e expandir o círculo de paz [sic]”.

Analistas apontam que Netanyahu recorre a crises regionais — incluindo ataques não-provocados ao Irã e procrastinação do genocídio em Gaza — por motivos pessoas, para evitar sua condenação por corrupção e colapso de seu governo.

O premiê é foragido em 120 países sob mandado deferido em novembro pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.