Roland Friedrich, diretor de Assuntos da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) na Cisjordânia, ressaltou nesta quinta-feira (26) que a região não vive “trégua” nos últimos 12 dias, com novas demolições de dezenas de estruturas civis conduzidas pelo exército da ocupação israelense.
Friedrich explicou que os batalhões coloniais continuam a demolir casas e prédios nos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Shams, ao privar milhares de famílias de graus mínimos de dignidade, sem que consigam salvar sequer bens pessoais.
“Vemos agora campos, antes cheios de vida, reduzidos a escombros”, reportou o oficial das Nações Unidas. “Não se trata somente de destruição, mas sim parte sistemática de um plano para deslocamento forçado, violação flagrante da lei internacional e forma de punição coletiva”.
Em 21 de janeiro, o exército israelense lançou uma nova campanha militar hostil contra o norte da Cisjordânia, a partir de Jenin e seu campo de refugiados.
No domingo (22), tropas da ocupação demoliram edifício em Jenin e Nur Shams, além de invadirem dezenas de comunidades e prenderam residentes, somados a milhares de reféns e presos políticos palestinos nas cadeias de Israel.
Conforme um comunicado prévio da prefeitura de Jenin, o exército israelense demoliu 95 casas, constituindo 335 do campo. A mesma nota estimou que, desde a deflagração do genocídio em Gaza, em outubro de 2023, cerca de 600 residências foram demolidas, com deslocamento à força de 22 mil pessoas.
Segundo dados oficiais, a escalada colonial israelense deslocou ainda cinco mil famílias de Nur Shams e Tulkarm, totalizando 25 mil pessoas. Ao menos 2.573 casas sofreram danos parciais e outras 400 foram destruídas.








