O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reiterou nesta quinta-feira (18) que casos de desnutrição infantil na Faixa de Gaza sitiada seguem crescendo “em um ritmo alarmante”, sob os contínuos ataques de Israel.
As informações são da rede de notícias Al Jazeera.
Segundo o comunicado, ao menos 5.119 crianças com idades entre seis meses e cinco anos foram admitidas no enclave para tratar desnutrição aguda, apenas no último mês. O índice equivale a um aumento de quase 50% em relação a abril.
“Em apenas 150 dias, do início do ano até o fim de maio, ao menos 16.736 crianças — média de 112 crianças por dia — foram admitidas nos hospitais de Gaza para cuidados de desnutrição”, destacou Edouard Beigbeder, diretor regional da agência.
“Cada um desses casos pode ser evitado”, ressaltou seu comunicado. “Comida, água e itens desesperadamente necessários para lidar com a desnutrição seguem bloqueados, sem poder chegar às vítimas. Decisões deliberadas estão custando vidas”.
“Israel deve permitir imediatamente a entrega de larga escala de assistência para salvar vidas, em todas as travessias de fronteira”, acrescentou.
Israel renovou seu cerco absoluto a Gaza — sem comida, água ou medicamentos — em março, após rescindir unilateralmente um acordo de cessar-fogo firmado em janeiro. O enclave, desde então, vive uma reiterada catástrofe de fome.
Os bombardeios israelenses — incluindo a hospitais, zonas de distribuição humanitária e abrigos aos deslocados— infringem medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde o Estado ocupante é réu por genocídio.
Em 20 meses, as ações de Israel deixaram mais de 55 mil mortos, 125 mil feridos e dois milhões de desabrigados — em maioria, mulheres e crianças.
LEIA: As crianças de Gaza: Crescendo em meio à fome e à guerra