O exército israelense enviou infantaria regular e brigadas blindadas para a Faixa de Gaza como parte de um reforço militar após sua decisão de expandir uma ofensiva terrestre no enclave que enfrenta ataques genocidas, relata a Anadolu.
O exército enviou nove de seus soldados de infantaria regular e brigadas blindadas para a Faixa nas últimas 24 horas, informou a emissora pública israelense KAN, citando fontes militares não identificadas.
A emissora alegou que a ação é “parte da expansão das manobras terrestres na Faixa”, sem fornecer informações sobre o número de soldados envolvidos.
Em 4 de maio, o Gabinete de Segurança de Israel aprovou a operação “Carruagens de Gideão” para expandir o genocídio em Gaza. Posteriormente, o governo começou a implementá-la, convocando dezenas de milhares de reservistas.
Em 18 de maio, o exército lançou o plano com um ataque terrestre de várias direções.
LEIA: Exército israelense controla 77% de Gaza, afirmam autoridades locais
De acordo com a KAN, a operação deve durar meses e inclui “a evacuação completa da população de Gaza das zonas de combate, incluindo o norte de Gaza, para áreas no sul”. Espera-se que o exército “permaneça” em qualquer área que “ocupe”.
Na última semana, o exército anunciou o envio das Divisões 98 e 162 para Gaza como parte de seu reforço militar, juntando-se a outras três divisões que já estão presentes — 252, 143 e 36.
De acordo com as mesmas fontes militares citadas pela KAN, as atuais operações de combate estão “concentradas em duas áreas principais: o norte de Gaza e a área de Khan Younis, ao sul”.
As fontes acrescentaram que “o exército alertou os moradores dessas áreas há cerca de uma semana para evacuarem, antes dos bombardeios aéreos intensivos planejados”.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) na sexta-feira, mais de 172.000 pessoas foram deslocadas em Gaza na última semana devido aos intensos ataques israelenses e ao cerco.
Moradores relatam que os deslocados não são poupados do fogo israelense, pois são frequentemente alvos durante o deslocamento e em áreas para as quais fogem, resultando em um grande número de vítimas.
Rejeitando os apelos internacionais por um cessar-fogo, o exército realiza uma ofensiva brutal contra Gaza desde outubro de 2023, matando mais de 53.900 palestinos, a maioria mulheres e crianças.
Em novembro passado, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos em Gaza.
Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra no enclave.
LEIA: 53% da população israelense se opõe à entrada de ajuda humanitária em Gaza, mostra nova pesquisa