O Canal 12 de Israel revelou na noite de domingo um vazamento de áudio do Major-General David Zini, o recém-nomeado chefe do Shin Bet (agência de segurança interna de Israel), contendo incitação explícita contra muçulmanos.
De acordo com o canal, Zini fez os comentários durante uma reunião recente com colonos de uma área próxima à Faixa de Gaza. Na gravação, ele disse: “Temos um alerta constante de inteligência sobre muçulmanos malignos que pretendem matar judeus bons, desde o nascimento de Ismael até novo aviso”.
O vazamento ocorreu durante uma discussão de Zini sobre os ataques de 7 de outubro de 2023 e a subsequente guerra em Gaza, que resultou na morte de aproximadamente 53.200 palestinos e no ferimento de cerca de 123.000 outros.
Na mesma declaração, Zini afirmou: “Os esforços intensivos para trazer de volta todos os reféns rapidamente estão obstruindo a segunda conquista”, referindo-se ao objetivo de eliminar o movimento Hamas.
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Ele acrescentou: “A guerra em Gaza ainda não atingiu seus objetivos. E se alguém lhe prometer que não há ameaças, leve-o a um detector de mentiras.”
Zini também reconheceu nas declarações vazadas que Israel não possui forças suficientes para proteger suas fronteiras ou seus cidadãos em todas as frentes.
Ele disse: “Mesmo que mobilizem todas as forças de reserva e as posicionem ao longo das fronteiras, não será suficiente.”
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu defendeu a nomeação de Zini, afirmando que ele é altamente qualificado para o cargo. No entanto, a decisão encontrou resistência de vários setores, incluindo autoridades judiciais e ex-oficiais de segurança, que questionam a legalidade e a adequação do processo de nomeação.
A controvérsia em torno das declarações e da nomeação de Zini ressalta as profundas divisões dentro da sociedade israelense e de suas instituições, particularmente no que diz respeito à condução de questões de segurança e ao tratamento dispensado às comunidades minoritárias.
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