O Hamas alertou que Israel planeja estabelecer campos de detenção no sul da Faixa de Gaza sob o pretexto de fornecer ajuda.
O movimento esclareceu que Israel está usando a restrição da ajuda a Gaza como ferramenta política e de segurança, no que chamou de estratégia de “fome planejada”, abrindo caminho para uma nova realidade que inclui a criação de campos de detenção no sul da Faixa de Gaza.
Em um comunicado divulgado na quinta-feira, o grupo afirmou: “A ocupação continua a planejar a fome em Gaza. A ajuda atual não passa de uma gota no oceano em comparação com as necessidades humanitárias.”
O Hamas enfatizou que a ajuda que entra em Gaza representa menos de 10% das necessidades reais, alertando que “a fome está se expandindo dia a dia”.
O comunicado rejeitou o que chamou de “plano de ajuda ao gueto”, descrevendo-o como uma tentativa de encobrir o genocídio em curso. “Este plano não isentará a ocupação de responsabilidade”, afirmou, alertando que “o plano de criar campos de detenção no sul sob o pretexto de ajuda humanitária fracassará”.
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O Hamas reiterou sua demanda por um “corredor humanitário permanente, o levantamento completo do cerco e o fim da manipulação da fome e da chantagem humanitária”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que Tel Aviv está a poucos dias de implementar um novo sistema de ajuda humanitária para Gaza. Ele também afirmou que pretende estabelecer uma “zona estéril” livre do Hamas, onde os civis serão realocados e abastecidos com necessidades básicas.
Netanyahu também indicou sua disposição de encerrar a guerra se o Hamas libertar todos os reféns, renunciar ao poder e se a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de realocar a população de Gaza para fora da Faixa de Gaza for implementada.
Sob pressão internacional, Israel recentemente permitiu a entrada de dezenas de caminhões de ajuda humanitária em Gaza, após bloquear quase todos os alimentos, medicamentos, combustível e outros suprimentos por quase três meses.
No entanto, as Nações Unidas informaram na quarta-feira que a ajuda ainda não havia chegado aos civis palestinos dois dias após a entrada dos comboios.
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