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Israel demole aldeia em Masafer Yatta para dar lugar a colonos ilegais

7 de maio de 2025, às 14h56

Forças militares de Israel demolem estruturas palestinas em Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia, em 5 de maio de 2025 [Mamoun Wazwaz/Agência Anadolu]

O exército da ocupação israelense voltou a demolir uma aldeia palestina na Cisjordânia ocupada, nesta segunda-feira (5), em meio a uma campanha intensiva para deslocar à força os residentes nativos e dar lugar a colonos ilegais.

Segundo Basel Adra — ativista, jornalista e documentarista ganhador do Oscar por Sem Chão (No Other Land) —, na manhã de segunda, tratores israelenses invadiram a aldeia beduína de Khalet al-Dab, em Masafer Yatta, cenário de seu filme.

Dezenas de pessoas foram desabrigadas.

De acordo com Mohammed Rabia, chefe do conselho local, as propriedades destruídas incluem nove casas, cinco tendas e cinco celeiros, resultando em perda considerável à infraestrutura civil da aldeia.

A Coordenadoria de Atividades do Governo nos Territórios (COGAT), órgão colonial do exército israelense, confirmou as ações.

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As demolições foram notificadas pelas autoridades ocupantes em 1º de maio, junto a outros 106 edifícios nos campos de refugiados de Tulkarm e Nur Shams, na Cisjordânia, cujos espaços devem ser expropriados para “fins militares”.

Tensões permanecem altas na Cisjordânia ocupada, com mais de 950 mortos e sete mil feridos desde a deflagração do genocídio israelense em Gaza, em outubro de 2023.

Em julho último, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação israelense na Cisjordânia, ao reivindicar evacuação imediata de colonos e soldados e reparações aos nativos.

Em setembro, por maioria absoluta, a medida evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, com prazo de um ano para ser implementada.

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