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Ben-Gvir reitera apelos por fome em Gaza e expulsão dos palestinos

6 de maio de 2025, às 14h17

Palestinos, incluindo crianças, aguardam refeições distribuídas por organizações beneficentes, em meio aos ataques de Israel, em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, em 6 de maio de 2025 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, reiterou seus apelos para que seu exército imponha fome deliberada — isto é, crime de guerra — à população de Gaza, como parte de sua campanha militar no enclave.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Segundo o Canal 14 da televisão israelense, declarou Ben-Gvir: “A única ajuda a entrar em Gaza deve ser para a migração voluntária [sic]”. O termo faccioso é utilizado para se referir ao deslocamento compulsório dos residentes palestinos, no intuito de anexação ilegal do território.

No domingo (4), o Gabinete de Segurança do governo israelense deferiu um plano para supostamente enviar assistência a Gaza via empreiteiras privadas dos Estados Unidos, incumbidas de entregar os lotes apenas após revistar os residentes.

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Na sequência, nesta segunda, o mesmo gabinete aprovou um plano para expandir suas operações militares em Gaza, incluindo ocupação do território.

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, ressaltou, neste contexto, que suas tropas não serão retiradas de Gaza. “Finalmente vamos ocupar Gaza”, insistiu Smotrich à televisão. “Vamos parar de ter medo da palavra ‘ocupação’”.

Segundo Smotrich, a população será deslocada ao sul do território, entre Rafah e Khan Yunis. Uma vez que comece a nova ofensiva, prosseguiu, “não haverá recuo ou retirada dos territórios conquistados [sic], nem mesmo em troca de reféns”.

Israel estima 59 prisioneiros de guerra ainda em Gaza, dentre os quais 24 vivos. 

Em contraste, ao menos 9.500 mil palestinos permanecem encarcerados por Israel, sob violações gravíssimas incluindo tortura, fome, negligência médica e estupro, de acordo com sucessivos relatórios de ongs palestinas, israelenses e internacionais.

Em Gaza, são mais de 52.500 mortos desde outubro de 2023 — na maioria, mulheres e crianças.

Em novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado de Israel é ainda é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) — corte-irmã do TPI; ambas em Haia —, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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