O ministro das Finanças israelense de extrema direita, Bezalel Smotrich, ameaçou, na quarta-feira (23), derrubar o governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, se o exército não ocupar a Faixa de Gaza e governá-la militarmente, relatou a Agência Anadolu.
Em um comunicado, Smotrich afirmou que o premiê israelense “é o responsável final” por conduzir a guerra israelense em Gaza.
“Lance uma campanha para derrotar o Hamas, ocupar Gaza e implementar um governo militar temporário até que outra solução seja encontrada, devolver os reféns e lançar o plano Trump – ou este governo não terá o direito de existir”, disse ele.
O ministro extremista também defendeu sua posição de apoio à proibição da entrada de ajuda humanitária em Gaza.
De acordo com a mídia israelense, Smotrich entrou em conflito com o chefe do exército, Eyal Zamir, sobre a recusa deste em responsabilizar os militares pela distribuição de ajuda humanitária em Gaza.
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“Se vocês não forem capazes, traremos alguém que seja capaz; se não souberem como fazer, encontraremos alguém que saiba”, disse ele a Zamil durante uma reunião do Gabinete de Segurança de Israel na noite de terça-feira.
Desde 2 de março, Israel fechou as travessias de Gaza, bloqueando a entrada de suprimentos essenciais no enclave, apesar dos múltiplos relatos de fome no território devastado pela guerra.
O exército israelense retomou seu ataque a Gaza em 18 de março, rompendo um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros firmado em 19 de janeiro.
Israel matou mais de 51.300 palestinos no enclave desde outubro de 2023, a maioria mulheres e crianças.
O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão em novembro para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra contra o enclave.