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Exército fabricou descoberta de túnel em Gaza para impedir acordo de cessar-fogo

24 de abril de 2025, às 09h50

Soldados da ocupação israelense atravessam terras agrícolas durante um ataque israelense nas áreas rurais do campo de refugiados de Tulkarm, em Tulkarm, Cisjordânia, em 5 de fevereiro de 2025 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Em agosto passado, o exército publicou fotos de um suposto túnel na área desmilitarizada ao longo da fronteira.

“Nunca houve um túnel, mas sim um canal coberto de terra”, afirmou a KAN.

O objetivo dessa mentira “era exagerar a importância do Corredor Filadélfia e atrasar um acordo de reféns”, acrescentou.

De acordo com a KAN, o ex-ministro da Defesa israelense Yoav Gallant apoiou as descobertas, afirmando: “Não se tratava de um túnel, mas sim de uma tentativa de impedir um acordo de cessar-fogo”.

Gallant esclareceu que a estrutura tinha apenas cerca de um metro de profundidade e foi enganosamente apresentada ao público como um túnel profundo. “Foi promovida ao público como um túnel profundo para impedir um acordo com o Hamas”, acrescentou.

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O grupo de Resistência Palestina, Hamas, exige um cessar-fogo total e a retirada das forças israelenses de Gaza em troca de qualquer acordo de troca de reféns.

Não houve comentários imediatos do exército sobre a reportagem.

O exército israelense retomou seu ataque a Gaza em 18 de março, rompendo um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros firmado em 19 de janeiro.

Israel matou mais de 51.200 palestinos no enclave desde outubro de 2023, a maioria mulheres e crianças.

O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão em novembro para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.

Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra contra o enclave.

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