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Israel bloqueia visita de campo do primeiro-ministro palestino à Cisjordânia ocupada

21 de abril de 2025, às 17h00

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, discursa em Ramallah, Cisjordânia, em 2 de abril de 2024 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Autoridades israelenses negaram permissão ao primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, para visitar cidades e vilarejos palestinos na Cisjordânia ocupada, que têm sido repetidamente alvos de colonos ilegais, informou uma autoridade palestina no sábado (19), segundo a Agência Anadolu.

Mouayed Shaban, chefe da Comissão de Colonização, Muro e Resistência, disse à Anadolu que Israel se recusou a coordenar a visita planejada por Mustafa aos vilarejos de Burqa e Deir Dibwan, a leste de Ramallah, e Duma e Qusra, ao sul de Nablus.

Essas áreas têm enfrentado ataques contínuos de colonos ilegais, exacerbados pelo envolvimento do exército israelense.

Shaban explicou que, segundo acordos entre Autoridade Palestina e Israel, a movimentação de autoridades palestinas exige coordenação devido à presença de forças de segurança protetoras que os acompanham. No entanto, essa coordenação foi rejeitada pelas autoridades israelenses, marcando um “precedente perigoso”, disse Shaban.

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A recusa ocorreu após colonos ilegais terem supostamente lançado uma campanha de incitação contra o premiê, pressionando o governo israelense a bloquear a visita, medida posteriormente adotada pelo governo israelense.

Relatórios indicam que, no final de 2024, havia aproximadamente 770.000 colonos israelenses ilegais vivendo na Cisjordânia ocupada, em 180 assentamentos e 256 postos avançados, incluindo 138 classificados como assentamentos agrícolas e pastoris.

A tensão tem sido alta na Cisjordânia ocupada, onde pelo menos 952 palestinos foram mortos e mais de 7.000 ficaram feridos desde o início da guerra de Gaza em outubro de 2023, segundo dados palestinos.

Em julho de 2024, a Corte Internacional de Justiça declarou ilegal a ocupação israelense de terras palestinas, que já dura décadas, e exigiu a evacuação de todos os assentamentos existentes na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

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