MSF alerta sobre “consequências devastadoras” da interrupção da entrada de ajuda em Gaza por Israel

Médicos sem Fronteiras (MSF) disse no domingo que “denuncia veementemente” o anúncio do governo de ocupação israelense de bloquear a ajuda em Gaza.

“A ajuda humanitária nunca deve ser usada como uma ferramenta de guerra. Independentemente das negociações entre as partes em guerra, as pessoas em Gaza ainda precisam de um aumento imediato e massivo de suprimentos humanitários”, disse MSF em uma publicação no X.

“Israel está mais uma vez impedindo uma população inteira de receber ajuda, usando-a como moeda de troca. Isso é inaceitável, ultrajante e terá consequências devastadoras”, diz a chefe do programa de emergência de MSF, Caroline Seguin.

“A notícia criou incerteza e medo, fazendo com que os preços dos alimentos disparassem.”

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O grupo de direitos humanos acrescentou que, embora o número total de caminhões que entraram em Gaza tenha aumentado desde o início do cessar-fogo em 19 de janeiro, as restrições das autoridades de ocupação israelenses sobre suprimentos essenciais estão dificultando a resposta humanitária.

“A maior parte da ajuda que entrou foi comida e combustível, nem de longe o suficiente para atender às imensas necessidades das pessoas”, acrescentou.

“Isso é inaceitável, ultrajante e terá consequências devastadoras”, alertou.

No domingo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ordenou a interrupção completa das entregas de ajuda humanitária para Gaza e o fechamento de todas as passagens de fronteira.

Uma declaração do gabinete de Netanyahu dizia: “Com a conclusão da primeira fase do acordo de reféns e a rejeição do Hamas à proposta — endossada por Israel — para negociações contínuas, o primeiro-ministro Netanyahu decidiu interromper todos os embarques de bens e suprimentos para Gaza a partir desta manhã.”

Israel, com o apoio dos EUA, sugeriu prolongar a primeira fase da trégua para permitir que mais prisioneiros israelenses fossem libertados de Gaza sem concessões de Israel ou garantias de que não retornaria a bombardear Gaza. Esta proposta foi rejeitada pelo Hamas, que repetiu nas últimas semanas que está pronto para iniciar as negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo, conforme os termos do acordo inicial.

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