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Israel sanciona ex-prisioneiros e familiares beneficiados por pensões da AP

25 de fevereiro de 2025, às 13h54

Então ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, promovido à pasta da Defesa, durante cerimônia de repasse do cargo em Jerusalém ocupada, em 10 de novembro de 2024 [Menahem Kahana/AFP via Getty Images]

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, impôs sanções nesta terça-feira (25) contra ex-prisioneiros palestinos e seus familiares, que tenham recebido pensões da Autoridade Palestina (AP), reportou a agência de notícias Anadolu.

Segundo o gabinete de Katz, as novas penalidades se aplicam a “cidadãos e residentes do Estado de Israel”, em referência aos chamados árabes-israelenses, além de palestinos que vivem em Jerusalém Oriental ilegalmente ocupada.

Logo após ser emitido o decreto, forças da ocupação israelense invadiram diversas casas de ex-prisioneiros e seus familiares, ao confiscarem dinheiro e bens.

A Autoridade Palestina, radicada em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, não comentou a decisão e os subsequentes abusos até então.

Em 10 de fevereiro, Mahmoud Abbas, presidente da AP, emitiu um decreto para revogar o sistema de pagamentos de seguridade social a famílias de palestinos presos, feridos ou mortos por forças da ocupação, ao capitular à pressão de Israel.

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Desde 19 de janeiro, cerca de 1.100 palestinos foram libertados em troca de 25 reféns israelenses e quatro corpos, como parte do frágil acordo de troca de prisioneiros e cessar-fogo em Gaza, firmado entre Israel e o movimento Hamas.

Na semana passada, no entanto, Israel se negou cumprir sua parte do acordo e libertar os 620 prisioneiros listados para a rodada do fim de semana, ao citar o que caracterizou como “cerimônias de entrega degradantes”.

O cessar-fogo entrou em vigor em janeiro, ao interromper — ao menos por ora — o genocídio israelense em Gaza, com ao menos 48.350 mortos e dois milhões de desabrigados em 16 meses.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado israelense é também réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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