Um grupo formado por 550 oficiais reformados do exército de Israel, encabeçado pelo ex-vice-chefe do Estado-maior, major-general Matan Vilnai, alertou em carta conjunta, endereçada ao público e ao governo, contra a retomada da guerra em Gaza, informou nesta segunda-feira (18) o jornal israelense Maariv.
Segundo os oficiais, “o governo israelense tem o dever de evitar pôr em risco reféns e soldados, mediante slogans vazios”, de modo que a política em curso sugere “violenta ocupação da Faixa de Gaza sitiada e deterioração ainda maior do pesadelo de segurança que vemos na Cisjordânia”.
A carta observou, porém, que o front interno é o mais perigoso, “devido a divisões nacionais e ataques ao establishment de segurança”.
Os signatários advertiram ainda que o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com apoio do premiê Benjamin Netanyahu, de deslocar à força os palestinos de Gaza, põe em risco os “acordos de paz” com Egito e Jordânia, para além dos Acordos de Abraão — normalização de laços — com o Golfo.
Gaza permanece por ora sob acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros, desde 19 de janeiro, firmado entre Israel e Hamas, após 470 dias de genocídio que deixou ao menos 160 mil mortos e feridos e dois milhões de desabrigados.
Israel, no entanto, mantém violações cotidianas do acordo, que superam os dois dígitos em precisamente um mês.
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