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UNRWA denuncia Israel por transformar clínica em centro de interrogatório

14 de fevereiro de 2025, às 13h48

Tendas improvisadas em uma escola da UNRWA, em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, em 29 de janeiro de 2025 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

A Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) informou em nota, nesta sexta-feira (14), que forças israelenses invadiram um de seus centros de saúde no campo de refugiados de al-Arroub, ao norte de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, ao convertê-lo em um centro de interrogatório e detenção de civis palestinos.

A UNRWA condenou as ações, ao caracterizá-las como violação flagrante do santuário representado por instalações filiadas às Nações Unidas.

“Trata-se de um novo desenvolvimento em franco desdém da inviolabilidade de sedes das Nações Unidas”, reiterou o comunicado. “Lamentavelmente, este recente incidente segue um padrão de entradas forçosas em instalações da UNRWA na Cisjordânia desde outubro de 2023”.

A agência reafirmou que “todas as premissas da ONU são invioláveis e protegidas sob a lei internacional”.

Além disso, destacou que desde 30 de janeiro — quando Israel implementou uma nova lei para proibir toda a comunicação com a UNRWA — a agência não consegue reportar violações às autoridades ocupantes.

As ações, acrescentou a nota, agravam receios sobre ataques de Israel a civis e direitos e infraestrutura civis na Palestina. Neste contexto, a UNRWA instou medidas imediatas para proteger e preservar a integridade de suas operações humanitárias.

Atividades da UNRWA nas “áreas sob soberania de Israel” estão banidas, incluindo em Jerusalém Oriental ocupada.

Em maio de 2024, a gestão da agência se viu forçada a fechar sua sede regional devido a ataques de colonos israelenses ilegais, que chegaram a atear fogo ao prédio da ONU duas vezes em apenas uma semana.

Em 10 de outubro, a Autoridade de Terras de Israel — agência colonial — ordenou que se apreendessem terras da UNRWA no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém ocupada, para converter o lote em assentamento ilegal com 1.440 unidades habitacionais.

O regime colonial alvejou ainda o Centro de Treinamento de Kalandia (KTC), da agência, via decisão de 14 de janeiro para que a UNRWA vagasse as premissas e pagasse US$4.7 milhões retroativamente por uso das terras.

A UNRWA proporciona serviços a mais de 110 mil refugiados apenas em Jerusalém, ao administrar dois campos de refugiados: Shuafat e Kalandia.

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