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Israel impede entrada de casas móveis e assistência médica em Gaza

12 de fevereiro de 2025, às 12h16

Caminhões humanitários na travessia de fronteira de Kerem Abu Salim (Kerem Shalom), em Gaza, em 21 de janeiro de 2025 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

Israel tem obstruído a entrada de casas móveis e assistência médica em Gaza, noticiou Ramadan al-Mutaani, correspondente em campo da emissora de televisão Cairo News, na travessia de fronteira de Rafah.

Segundo al-Mutaani, a crise humanitária na fronteira avança rapidamente, com queda notável no tráfego de caminhões humanitários.

Al-Mutaani destacou que em torno de 250 caminhões cruzaram as travessias de Kerem Shalom e Nitzana, mas forças da ocupação ordenaram o retorno de vinte. Os comboios carregavam residências móveis e insumos médicos, urgentes à população carente.

O jornalista explicou que a política de obstrução de Israel segue há dias, com suprimentos essenciais obstruídos na fronteira, a despeito da urgência da demanda em Gaza e das provisões humanitárias do acordo de cessar-fogo.

Al-Mutaani notou ainda que um décimo grupo de doentes e feridos deixou o enclave via Rafah, incluindo 52 pacientes acompanhados. O total de evacuados chegou a 480 pessoas até então.

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Alguns dos feridos, reportou o correspondente, estão recebendo primeiros-socorros e diagnósticos preliminares na fronteira, para serem transferidos a hospitais do Sinai do Norte, como Sheikh Zuweid e Al-Arish, já em território egípcio.

Outros casos, no entanto, demandam quarentena.

Al-Mutaani reiterou que drones militares israelenses sobrevoaram Rafah por horas — novamente, a despeito do cessar-fogo. Tiros foram ouvidos no lado palestino da zona de fronteira, embora sem confirmação dos fatos até então.

Israel ataques indiscriminados a Gaza por mais de 15 meses, entre outubro de 2023 e 19 de janeiro de 2025, quando entrou em vigor um acordo de troca de prisioneiros e cessar-fogo com o movimento palestino Hamas.

O cessar-fogo, todavia, foi violado ao menos 265 vezes por Tel Aviv, relatou o governo no enclave, somando mais de 48 mil mortos e dois milhões de desabrigados em meio ao genocídio israelense, como investigado pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia.

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