Israel tem obstruído a entrada de casas móveis e assistência médica em Gaza, noticiou Ramadan al-Mutaani, correspondente em campo da emissora de televisão Cairo News, na travessia de fronteira de Rafah.
Segundo al-Mutaani, a crise humanitária na fronteira avança rapidamente, com queda notável no tráfego de caminhões humanitários.
Al-Mutaani destacou que em torno de 250 caminhões cruzaram as travessias de Kerem Shalom e Nitzana, mas forças da ocupação ordenaram o retorno de vinte. Os comboios carregavam residências móveis e insumos médicos, urgentes à população carente.
O jornalista explicou que a política de obstrução de Israel segue há dias, com suprimentos essenciais obstruídos na fronteira, a despeito da urgência da demanda em Gaza e das provisões humanitárias do acordo de cessar-fogo.
Al-Mutaani notou ainda que um décimo grupo de doentes e feridos deixou o enclave via Rafah, incluindo 52 pacientes acompanhados. O total de evacuados chegou a 480 pessoas até então.
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Alguns dos feridos, reportou o correspondente, estão recebendo primeiros-socorros e diagnósticos preliminares na fronteira, para serem transferidos a hospitais do Sinai do Norte, como Sheikh Zuweid e Al-Arish, já em território egípcio.
Outros casos, no entanto, demandam quarentena.
Al-Mutaani reiterou que drones militares israelenses sobrevoaram Rafah por horas — novamente, a despeito do cessar-fogo. Tiros foram ouvidos no lado palestino da zona de fronteira, embora sem confirmação dos fatos até então.
Israel ataques indiscriminados a Gaza por mais de 15 meses, entre outubro de 2023 e 19 de janeiro de 2025, quando entrou em vigor um acordo de troca de prisioneiros e cessar-fogo com o movimento palestino Hamas.
O cessar-fogo, todavia, foi violado ao menos 265 vezes por Tel Aviv, relatou o governo no enclave, somando mais de 48 mil mortos e dois milhões de desabrigados em meio ao genocídio israelense, como investigado pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia.
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