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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Gabinete de Segurança de Israel aprova acordo de cessar-fogo em Gaza

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chefia reunião do Gabinete de Segurança de Israel sobre acordo de cessar-fogo em Gaza, em Jerusalém ocupada, em 17 de janeiro de 2025 [Koby Gideon/Divulgação/Agência Anadolu]

O Gabinete de Segurança de Israel votou nesta sexta-feira (17) para aprovar um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros com o movimento palestino Hamas, segundo informações da imprensa internacional.

Conforme declaração do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o conselho aceitou o acordo “após examinar todos os aspectos políticos, securitários e humanitários; e compreender que o acordo apoia as conquistas da guerra”.

Deferido pelo conselho, o acordo será encaminhado a seguir ao governo para anuência final. De acordo com comunicado, o Gabinete de Segurança “recomendou ao Gabinete de Governo que aprove os enquadramentos propostos”.

O cronograma exato de Tel Aviv permanece incerto, com rumores de que a deliberação possa ser adiada até a noite de sábado (18).

Após um dia de procrastinação, o Gabinete de Segurança de Israel foi convocado por Netanyahu na manhã desta sexta para discutir e aprovar o acordo, mediado por Estados Unidos, Egito e Catar, reportou o jornal Israel Hayom.

Dos 11 membros do gabinete, ao menos dois — os ministros Bezalel Smotrich (Finanças) e Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) — anunciaram voto contrário.

LEIA: Reino Unido insta gabinete israelense a apoiar acordo de cessar-fogo em Gaza

Famílias dos prisioneiros de guerra israelenses em Gaza, no entanto, convocaram um encontro para ressaltar a urgência da matéria. Diante de pressão, Netanyahu prometeu manter a libertação dos reféns como planejado, a partir de domingo (19).

“Após aprovação do Gabinete de Segurança e do Governo”, declarou Netanyahu em nota, “o acordo entrará em vigor e a soltura dos reféns será implementada conforme o cronograma planejada no qual se espera libertá-los no domingo”.

Para o ministro da Cultura de Israel, Miki Zohar, em postagem na rede social X (Twitter), “a decisão não foi fácil”. Zohar afirmou ter votado “com coração pesado … para trazer nossos irmãos e irmãs de volta para a casa”.

Contudo, reiterou: “Quem quer que pense que o acordo marca o fim das coisas está enganado. Como disse o premiê, estamos comprometidos em alcançar nossos objetivos de guerra, incluindo destruir o regime do Hamas — não importa o quanto demore”.

O Catar anunciou nesta quarta-feira (15) um acordo de cessar-fogo em três fases, para encerrar os 15 meses de agressão israelense a Gaza.

O acordo prevê libertação dos prisioneiros de guerra israelenses em troca de centenas de presos políticos palestinos nas cadeias da ocupação, além de acesso humanitário contínuo a Gaza, sob catástrofe de fome devido ao cerco de Israel.

O anúncio antecede em pouco a troca na presidência dos Estados Unidos, do democrata Joe Biden ao republicano Donald Trump, que toma posse na segunda-feira (20).

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, como crime de punição coletiva e genocídio, desde 7 de outubro de 2023, quando combatentes palestinos atravessaram a fronteira e capturaram colonos e soldados.

O exército colonial alega que 1.200 pessoas morreram na ocasião; número que sofre escrutínio por uma campanha de desinformação e propaganda de guerra, sobretudo após o jornal israelense Haaretz corroborar indícios de “fogo amigo”.

A retaliação israelense em Gaza levou o Estado colonial ao banco dos réus do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia de genocídio, registrada pela África do Sul e deferida em janeiro de 2024.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), corte-irmã que julga indivíduos, também em Haia, aprovou mandados de prisão, por crimes de guerra e lesa-humanidade, contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.

LEIA:Netanyahu planeja remover Ben-Gvir, relata jornal israelense

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