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Em quatro dias, Líbano sofre três atentados mortais, atribuídos a Israel

21 de setembro de 2024, às 09h30

Equipes da defesa civil conduzem operações em área atingida por ataques aéreos israelenses, no sul de Beirute, capital do Líbano, em 20 de setembro de 2024 [Stringer/Agência Anadolu]

Em somente quatro dias, o Líbano sofreu três atentados terroristas sem precedentes, que deixaram ao menos 49 mortos e 2.997 feridos, segundo informações da agência Anadolu da noite desta sexta-feira (20).

Na terça e quarta-feira — 17 e 18 de setembro — uma série de explosões em aparelhos de comunicação sem fio, como pagers e walkie-talkies, supostamente usados por membros do Hezbollah criou pânico no país.

Tanto o governo libanês quanto o influente grupo Hezbollah culparam Israel.

Na sexta-feira, Israel recorreu a ataques aéreos convencionais contra um subúrbio no sul de Beirute, ao danificar prédios e matar outras dezenas.

Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, prometeu devolver as ações israelenses no Líbano como um “verdadeiro inferno”.

17 de setembro — Pagers explodem

Na terça-feira, milhares de aparelhos de comunicação móvel, conhecidos como pagers, explodiram simultaneamente em todo o Líbano, ao apontar uma ação coordenada cujos alvos seriam militantes do Hezbollah.

Ao menos 12 pessoas morreram em um primeiro momento — incluindo duas crianças —, segundo o Ministério da Saúde libanês, além de 2.323 feridos. Vídeos registraram feridos chegando aos hospitais com traumas abertos na região da cintura, além de amputações e outras lesões graves.

Diversas redes de imprensa indicaram que as detonações se deram a partir de explosivos implantados dentro dos aparelhos, por companhias estrangeiras que variam de Taiwan a Hungria, com aparente relação com o Mossad israelense.

18 de setembro — Walkie-talkies explodem

No dia seguinte, na quarta-feira, milhares de walkie-talkies da marca Icom explodiram de maneira similar, simultaneamente e por todo o país.

Desta vez, foram 25 mortos e 608 feridos, segundo o Ministério da Saúde.

A causa das explosões ecoa a detonação dos pagers, com explosivos também plantados nos walkie-talkies, com destino a membros do Hezbollah.

Autoridades de segurança libanesa disseram investigar ambos os incidentes.

20 de setembro — Ataque aéreo em Beirute

Na sexta-feira, ataques aéreos israelenses mataram ao menos 37 pessoas e feriram 66 no subúrbio sul da cidade de Beirute, capital do Líbano. Segundo o Ministério da Saúde, oito das vítimas estão em estado grave.

Desta vez, o exército israelense reivindicou o ataque, ao declarar ter assassinado Ibrahim Aqil, comandante militar do Hezbollah. O movimento não confirmou a morte.

Os três ataques letais — denunciados como terrorismo — coincidem com uma escalada de Israel no sentido de transformar seu genocídio em Gaza em uma deflagração regional que envolva o Irã.

Em Gaza, após quase um ano, a campanha israelense deixou ao menos 41.300 mortos e 95.500 feridos, além de dois milhões de desabrigados. Dentre as fatalidades, 16.400 são crianças.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

Há receios de que Israel repita suas violações em Gaza em solo libanês.

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