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Maioria dos alemães desaprova ações de Israel em Gaza, revela pesquisa

Alemães e israelenses bloqueiam entrada da embaixada da Alemanha em Tel Aviv, ao reivindicar de Berlim que interrompa o envio de armas a Israel, em 7 de junho de 2024 [Jack Guez/AFP via Getty Images]

Um novo estudo do Instituto de Pesquisas Forsa, conduzida na semana passada, confirmou uma mudança considerável na opinião pública da Alemanha sobre as ações militares de Israel contra a Faixa de Gaza.

Encomendada pelo semanário alemão Stern, a pesquisa revelou que 61% dos cidadãos do país desaprovam a ofensiva israelense em Gaza, com queda no apoio a apenas um terço da amostra.

Trata-se de uma inversão drástica em relação a uma pesquisa realizada em novembro — pouco após à ação transfronteiriça do grupo Hamas, em 7 de outubro —, quando 62% dos alemães se diziam favoráveis à resposta de Israel, contra 31% opostos.

A mudança é difusa entre os diversos partidos políticos, incluindo governistas social-democratas e parceiros da coalizão, como os Verdes, além do maior bloco oposicionista, de centro-direita, e mesmo correligionários do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha.

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Diante do genocídio, a Alemanha parece ter projetado seu histórico de antissemitismo, em meio a representações de culpa pelo Holocausto judeu, contra os palestinos — povo também semita. Símbolos nacionais foram banidos, estudantes foram declarados “apátridas” e protestos cívicos foram violentamente reprimidos.

A Alemanha se juntou ainda aos Estados Unidos do lado de Israel, réu por genocídio, no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, conforme denúncia da África do Sul deferida em janeiro.

O Estado europeu é também o segundo maior fornecedor de armas a Israel, utilizadas então nas chacinas em Gaza, com 47% das importações.

Nesta sexta-feira (7), um grupo de manifestantes em Tel Aviv se reuniu em frente à embaixada alemã para reivindicar de Berlim o fim das exportações de armas ao Estado ocupante, apesar de veemente repressão policial.

Cartazes incluíram palavras de ordem como “Parem de armar Israel”, “Não basta de sangue nas mãos” e “Ao menos uma vez, estejam do lado certo da história”. Ativistas cantaram “Alemanha, não se esconda, você é cúmplice de genocídio”.

Cinco pessoas foram presas.

Polícia alemã reprime violentamente protestos pró-Palestina

Em oito meses, a campanha israelense a Gaza deixou 36.731 mortos e 83.530 feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.

A situação em Gaza é descrita por palestinos em campo e ativistas solidários — incluindo judeus antissionistas, entre os quais sobreviventes do Holocausto e seus descendentes — por refletir o maior campo de concentração a céu aberto da história moderna.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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