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Presa sem acusação, mulher tem ambas as pernas amputadas em custódia de Israel

Mulheres palestinas realizam ato em solidariedade às mulheres presas nas cadeias da ocupação israelense, em frente à sede da Cruz Vermelha na Cidade de Gaza, em 22 de dezembro de 2021 [Mahmud Hams/AFP via Getty Images]

Uma cidadã palestina, em custódia arbitrária da ocupação israelense, passou por uma operação para ter ambas as pernas amputadas em um hospital de Israel nesta segunda-feira (27), quando uma nova ordem de detenção administrativa foi emitida contra ela.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

A “detenção administrativa” é um mecanismo herdado da colonização britânica sob o qual Israel mantém presos milhares de palestinos sem julgamento ou sequer acusação, sujeito a períodos indeterminados — neste caso, ao menos quatro meses.

“A prisioneira Wafaa Jarrar, da cidade de Jenin [na Cisjordânia ocupada] passou por cirurgia, na qual teve as pernas amputadas abaixo do joelho”, reportou seu advogado Khaled Mahajneh.

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Mahajneh conseguiu visitá-lo no hospital, com a presença de carcereiros israelenses. Segundo o advogado, o novo mandado de detenção administrativa foi emitido apesar das graves condições de saúde da prisioneira.

Conforme a Comissão de Assuntos dos Prisioneiros e a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos —ongs de direitos civis que monitoram as violações nas cadeias de Israel —, Jarrar, 49 anos, mãe de quatro filhos, foi gravemente ferida na ocasião de sua prisão em Jenin, em 21 de maio.

Seu marido, Abdel-Jabbar Jarrar, 58 anos, também continua em detenção administrativa desde fevereiro.

Das 80 mulheres encarceradas por Israel — sem contar números não-divulgados de Gaza —, ao menos 25 permanecem em custódia sob detenção administrativa.

No início de maio, o total de presos palestinos nas cadeias de Israel chegou a 9.300 pessoas, dos quais 3.400 estão aprisionados sob detenção administrativa. O caráter arbitrário de sua custódia os caracteriza, por definição, como reféns.

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