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Palestinos saem das cadeias de Israel magros e debilitados, com sinais de tortura

Acadêmicos e ativistas recém-libertados são sombras do que eram, perderam peso e tiveram mesmo sua estrutura facial alterada pelas violações hediondas cometidas por carcereiros israelenses. A mudança é tamanha que familiares não conseguem reconhecê-los.

Em relatos recorrentes, crianças não conseguem reconhecer os pais.

Ramy Abdu, presidente do Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo, organização sediada em Genebra, descreveu as condições de tortura e maus tratos impostas aos prisioneiros políticos nas penitenciárias de Israel como “inimagináveis”.

Em postagem na rede social X (Twitter), relatou Abdu: “Fome, abuso, tortura e assassinatos nas prisões israelenses excedem a imaginação. Com dez mil reféns palestinos em cativeiro, o hipócrita mundo ocidental permanece em silêncio, focado em cem israelenses — a maioria dos quais assassinos treinados pelo exército de Israel”.

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Autoridades da ocupação, sob ordens do ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, impuseram medidas brutais contra os prisioneiros, agravadas desde outubro.

Violações incluem privação de necessidades diárias, remoção de colchões e cobertas e redução drástica da dieta, deixando os presos políticos sujeitos a desnutrição e doenças.

Revistas arbitrárias nas celas também se intensificaram, junto a espancamentos e execuções sumárias. Estima-se que ao menos 16 prisioneiros de Jerusalém e Cisjordânia ocupadas morreram devido à tortura nas cadeias de Israel desde outubro.

As ações israelenses dos últimos seis meses são punição coletiva e retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados.

Em Gaza, desde então, bombardeios de Israel deixaram 34.183 mortos, 77.143 feridos e dois milhões de desabrigados. Na Cisjordânia — onde pogroms coloniais se tornaram uma intercorrência diária — são 487 mortos e 4.800 feridos, além de sete mil presos.

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Não há dados precisos sobre o número de prisioneiros capturados em Gaza, sobretudo civis, sujeitos a desaparecimento forçado, tortura e execução.

A maioria dos prisioneiros palestinos permanece em custódia sob “detenção administrativa”, sem julgamento ou sequer acusação — reféns, por definição.

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