Palestinos nas cadeias de Israel excedem 9.500 presos, confirma relatório

O número de prisioneiros palestinos nas cadeias da ocupação israelense excedeu 9.500 pessoas, segundo dados divulgados nesta terça-feira (16) pela Comissão dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e pelas ongs de direitos humanos Clube dos Prisioneiros Palestinos e Addameer.

O comunicado conjunto foi publicado na véspera do Dia dos Prisioneiros Palestinos, nesta quarta-feira, 17 de abril.

Segundo as informações, entre os prisioneiros estão ao menos 80 mulheres e 200 crianças, que permanecem encarceradas nas penitenciárias de Megiddo, Ofer e Damon. Os números, porém, excluem prisioneiros de Gaza, sujeitos a desaparecimento forçado e tortura.

O número de prisioneiros sob detenção administrativa — sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição — subiu a 3.660 palestinos no início de abril, incluindo 22 mulheres e mais de 40 menores de idade.

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São ainda 56 jornalistas detidos nas cadeias da ocupação, entre os quais 45 aprisionados após a deflagração do genocídio em Gaza, em 7 de outubro. Deste índice, quatro são mulheres.

O relatório reiterou ainda que Israel mantém encarcerados centenas de doentes e feridos, com números crescentes nos últimos seis meses, como resultado de “crimes, políticas e medidas de retaliação sistêmica impostas pela ocupação contra os prisioneiros, mais notavelmente tortura e negligência médica”.

Segundo o Clube dos Prisioneiros Palestinos, 600 palestinos enfrentam prisão perpétua — ou 99 anos de cadeia conforme a lei israelense —, alguns dos quais a mais de uma sentença, como é o caso de Abdullah Barghouti, prisioneiro político sentenciado a 67 prisões perpétuas.

Dados apontam ainda que ao menos 252 pessoas morreram nas cadeias israelenses desde 1967 — dezesseis desde 7 de outubro, sem contar prisioneiros de Gaza.

Autoridades israelenses retêm também os corpos de 27 prisioneiros palestinos, ao recusarem a devolução às famílias e, portanto, seu sepultamento. O corpo retido há mais tempo pertence a Anis Dawla, morto na penitenciária de Ashkelon em 1980.

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