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Após um ano, guerra no Sudão frustra festividades do Ramadã

Pessoas rompem o jejum do Ramadã em Cartum, no Sudão [Mahmoud Hjaj/Agência Anadolu]

Os jantares e festividades do mês islâmico do Ramadã foram frustrados neste ano no Sudão, em meio ao deslocamento de milhões de pessoas e fome generalizada devido à guerra civil entre as Forças Armadas e antigos aliados paramilitares que tomou o país em abril passado.

As informações são da agência de notícias Reuters.

“Ao que estávamos acostumados, comer, beber, encontrar pessoas no Ramadã … tudo isso não pode mais acontecer”, comentou Mohamed Ali, que rompeu seu jejum em um centro destinado a deslocados internos em Porto Sudão, no Mar Vermelho.

O Ramadã no país costumava ser marcado por enormes congregações comunitárias no período da noite. Agora, Ali e milhões dependem de cozinhas voluntárias para realizar seu iftar, ou jantar de desjejum do mês sagrado.

A guerra civil no Sudão se aproxima de seu primeiro aniversário, deflagrada por tensões entre o exército regular e as Forças de Suporte Rápido (FSR), sobre seus acordos de compartilhamento de poder após o golpe militar do ano anterior.

Mais de 8,5 milhões de pessoas foram deslocadas pela violência, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Aproximadamente 18 milhões enfrentam fome aguda.

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A guerra testa a reputação sudanesa por generosidade e hospitalidade. “A violência assustou as pessoas, mas não as impediu de abrirem suas portas a todos”, comentou o sheikh Khalid Abdul Rahman, imã de Omdurman, cidade que vê combates intensos esporadicamente.

Os Estados Unidos alegam ter esperanças de retomar negociações após o Ramadã, apesar de os esforços prévios terem fracassado.

“Todo mundo está farto da guerra. Precisamos, se Deus quiser, acabar com a guerra de uma vez por todas”, declarou Hanan Hassan, em uma cozinha comunitária de Omdurman.

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