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Libertação de reféns depende de concessões israelenses, reafirma Hamas

Hamas liberta 11 prisioneiros de guerra israelenses ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza, em 28 de novembro de 2023 [Stringer/Agência Anadolu]

O movimento palestino Hamas reiterou nesta quarta-feira (27) que manterá os prisioneiros de guerra israelenses remanescentes em sua custódia até que as demandas por cessar-fogo, retirada das tropas ocupantes de Gaza e troca de prisioneiros sejam atendidas, via negociações com Israel mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito.

Apesar de pressão doméstica para priorizar os reféns e crise diplomática internacional, diante das baixas civis do lado palestino, o governo israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, se recusa a participar das conversas, ao insistir na escalada militar.

“O Hamas não retornará qualquer cidadão israelense até que seus objetivos sejam respeitados”, confirmou o líder político do grupo, Khaled Meshaal, durante evento na Jordânia. Segundo Meshaal, o movimento de resistência espera fim do genocídio e desocupação de Gaza.

“Exigimos também que as pessoas deslocadas possam voltar a suas casas e que haja provisão de todos os insumos necessários para assistência humanitária, abrigo e reconstrução do enclave, além do fim do cerco militar instituído por Israel”, acrescentou Meshaal.

LEIA: Baixas civis em Gaza são ‘altas demais’, admite chefe do Pentágono

Conforme estimativas, o Hamas detém ainda 130 colonos e soldados israelenses, contra mais de nove mil palestinos nas cadeias da ocupação. A maioria dos presos políticos em custódia israelense permanecem encarcerados sob detenção administrativa — isto é, sem julgamento ou sequer acusação; reféns por definição.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

Entretanto, reportagens do jornal Haaretz mostraram que uma parcela considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de chefes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.

Em Gaza, são 32.490 palestinos mortos e 74.889 feridos desde 7 de outubro, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de pessoas desabrigadas pelas ações de Israel. Entre as fatalidades, são 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

Na segunda-feira (25), o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução por um cessar-fogo imediato em Gaza até o fim do mês islâmico do Ramadã, em 9 de abril. Os Estados Unidos, que vetaram outras três resoluções por cessar-fogo, decidiram pela abstenção, permitindo a ratificação da proposta

No entanto, apesar de o Hamas acolher a medida, não há indicativo de que Israel respeitará o cessar-fogo, à medida que bombardeios contra Gaza continuaram ao longo da semana.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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