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80% dos cidadãos israelenses no exterior não pretendem voltar, alerta pesquisa

Painel de voo no Aeroporto Internacional de Ben-Gurion, em Tel Aviv, 8 de outubro de 2023 [Turgut Alp Boyraz/Agência Anadolu]

Uma pesquisa encomendada pela Organização Sionista Mundial e conduzida pela Universidade Hebraica revelou que cerca de 80% dos cidadãos israelenses que moram no exterior não planejam retornar a Israel, mesmo que se sintam inseguros nos países onde estão.

Segundo o website do parlamento israelense (Knesset), o Comitê para Imigração, Integração e Assuntos da Diáspora reuniu-se nesta terça-feira (19) para discutir a situação de cidadãos israelenses no exterior na atual conjuntura, com base nos números apresentados.

“Cerca de 70% dos entrevistados reportaram ter mudado consideravelmente seu comportamento em público desde 7 de outubro”, alegou a pesquisa. “Sentem-se relutantes em exibir símbolos judaicos ou falar hebraico em público e tendem a evitar centros urbanos

Neste sentido, cerca de 44% dos entrevistados afirmaram aprimorar suas “capacidades de autodefesa”, ao adquirir armas de fogo, spray de pimenta e câmeras de vigilância.

Israel teme que a crise regional leve ao esvaziamento de sua população colonial, ao registrar recordes de saída ainda em outubro. Muitos israelenses são cidadãos binacionais.

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Oded Forer, presidente do comitê no Knesset, insistiu que Israel “tem de tomar medidas adequadas para erradicar o antissemitismo no mundo [sic]”, mas lamentou que não há planos do governo para as comunidades na diáspora.

A pesquisa, no entanto, parece agregar pânico a judeus israelenses, ao correlacionar facciosamente manifestações legítimas contra o genocídio em Gaza a expressões de racismo antijudaico. Judeus antissionistas denunciam o uso indiscriminado da expressão “antissemitismo” como método para silenciar críticos e difamá-los.

Neste entremeio, crimes de islamofobia se tornaram comuns nos Estados Unidos e outros países — incluindo o assassinato a facadas de um menino palestino-americano de somente seis anos, na região de Chicago, e um ataque a tiros a três estudantes em Vermont.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação transfronteiriça do movimento Hamas que capturou colonos e soldados. De acordo com o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

No entanto, reportagens do jornal israelense Haaretz mostram que parte considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de líderes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.

Em Gaza, são 31.923 palestinos mortos e 74.096 feridos, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de pessoas desabrigadas pelas ações de Israel.

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Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, emitida em 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco absoluto contra Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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