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Ben-Gvir urge extremistas judeus a invadir Al-Aqsa no fim do Ramadã

Muçulmanos oram na primeira sexta-feira do mês sagrado do Ramadã, no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, 10 de março de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]
Muçulmanos oram na primeira sexta-feira do mês sagrado do Ramadã, no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, 10 de março de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, fez um apelo a judeus fundamentalistas para que invadam a Mesquita de Al-Aqsa nos últimos dez dias do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos, que se estende até 9 de abril.

Segundo a televisão israelense, Ben-Gvir “exigiu a abolição da política vigente em Israel, para que judeus possam entrar em Al-Aqsa nos últimos dez dias do Ramadã”.

Oficiais de segurança receberam as instruções de Ben-Gvir antes de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, prevista para daqui a duas semanas.

A Jordânia, que detém a tutela internacional dos santuários em Jerusalém ocupada, assim como representantes nacionais palestinos, alerta para riscos de deflagração regional caso Israel avance em suas políticas de expropriação contra Al-Aqsa — terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos.

O Ramadã deste ano — com início em 11 de março — coincide com a crise em Gaza, que deixou até então 31.645 mortos, 73.676 feridos e dois milhões de desabrigados.

Em Jerusalém e Cisjordânia, Israel avançou ainda em sua campanha de violência colonial, incluindo ataques cometidos por soldados e colonos ilegais, além de pogroms contra cidades e aldeias palestinas. Estima-se mais de sete mil presos políticos em apenas cinco meses.

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Neste contexto de apreensão, oficiais de governo reconheceram que o premiê israelense Benjamin Netanyahu deve acatar as reivindicações eleitoreiras de Ben-Gvir, “contudo, ao desviar do status quo estabelecido como norma há anos, levando a tumultos adicionais e desnecessários”.

Ben-Gvir é chefe do partido supremacista Otzma Yehudit (Poder Judaico). Seus apoiadores — colonos fundamentalistas de extrema-direita — reivindicam a demolição de Al-Aqsa, patrimônio da Humanidade segundo a Unesco, para dar lugar a um suposto templo da Antiguidade.

A agência de notícias Wafa confirmou na segunda-feira passada (11) que Israel instalou novas cercas de arame farpado e checkpoints militares nos arredores do Portão do Leão, acesso fundamental à Mesquita de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém.

Israel impôs ainda novas restrições de entrada a fiéis palestinos, às vésperas da primeira oração do Taraweeh, realizada à noite durante o Ramadã.

Israel ocupou Jerusalém Oriental, onde está situada Al-Aqsa, em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias. Em 1980, anexou toda a cidade, medida jamais reconhecida internacionalmente.

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