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Rota marítima a Gaza é insuficiente diante da crise, alerta ONU

Palestinos recebem saco de farinho de um caminhão assistencial na rua al-Rashid, no leste de Gaza, em meio ao cerco israelense, em 6 de março de 2024 [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]
Palestinos recebem saco de farinho de um caminhão assistencial na rua al-Rashid, no leste de Gaza, em meio ao cerco israelense, em 6 de março de 2024 [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]

Dois oficiais de alto escalão da Organização das Nações Unidas (ONU) saudaram nesta terça-feira (12) a abertura de uma rota marítima a partir do Chipre para enviar assistência humanitária a Gaza; contudo, destacaram que a medida não substitui a demanda urgente por um acesso sustentável por terra.

Sigrid Kaag, oficial da ONU para reconstrução de Gaza, e Jorge Moreira da Silva, diretor executivo do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), declararam em nota conjunta: “No que diz respeito a entregar assistência em larga escala a Gaza, não há alternativa às rotas por terra e aos pontos de acesso a partir de Israel”.

“As rotas por terra do Egito, sobretudo Rafah, e da Jordânia são também essenciais para termos esforços humanitários abrangentes”, acrescentou o comunicado.

Ambos confirmaram que a passagem pelo Mar Mediterrâneo é uma adição fundamentalmente necessária para a crise, como parte da resposta humanitária em todos os seus meios.

Uma embarcação com 200 toneladas de assistência humanitária partiu do Chipre nesta terça-feira, em um projeto-piloto para abrir uma rota marítima ao território palestino, cujos residentes sofrem com a fome generalizada.

O navio Open Arms foi visto deixando o porto cipriota de Larnaca, com uma carga declarada de arroz, farinha e proteína.

A missão tem recursos dos Emirados Árabes Unidos, organizada pela entidade beneficente World Central Kitchen (WCK), radicada nos Estados Unidos.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Dois terços das vítimas são mulheres e crianças.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Mortes incontáveis e pessoas destroçadas: médico franco-marroquino relembra memórias dolorosas de Gaza

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