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Após cinco meses, Israel registra perdas sem precedentes na Faixa de Gaza

Palestinos recebem saco de farinha na rua al-Rashid, a oeste da Cidade de Gaza, em 6 de março de 2024 [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]

Perdas sofridas por Israel devido a suas operações em Gaza são seis vezes maiores do que os danos documentados na guerra do Líbano de 2006, confirmou Shai Aharonovitz, diretor da Autoridade Tributária de Israel, nesta terça-feira (5).

De acordo com o website israelense Walla, Aharonovitz revelou dados preocupantes sobre a extensão das baixas e prejuízos entre as forças ocupantes presentes em Gaza, além dos colonatos ao redor do território e as subsequentes reivindicações indenizatórias.

Segundo Aharonovitz: “A guerra impõe um desafio bastante complexo no que diz respeito a danos diretos. Jamais vimos uma situação como essa antes”.

“Cerca de meio milhão de pedidos [por indenização] foram registrados até então”, acrescentou. Solicitações por danos indiretos podem chegar a 700 mil súplicas, observou.

Ilan Pelto, diretor executivo da Federação de Empreendimentos Públicos, criticou a expansão do orçamento militar desde 7 de outubro, ao afirmar: “Se entrarmos em um estado de histeria e cedermos à pressão do exército para quebrar com o orçamento, teremos consequências gravíssimas, seja em termos de impostos ou no campo militar”.

Em 19 de fevereiro, dados emitidos pelo Escritório de Estatísticas de Israel registraram contração de até 20% da economia do país no quatro trimestre de 2023, em comparação ao mesmo período do ano anterior, em um contexto de austeridade pela guerra em Gaza.

Segundo os dados, a contração decorre da deterioração de todos os setores no Estado ocupante, “em um momento no qual o nível de investimento caiu em até 70%”.

O consumo privado caiu 27%, enquanto o consumo público desabou em aproximadamente 90% contra o mesmo período, de acordo com as mesmas fontes.

“A guerra em Gaza afetou diretamente a economia”, confirmou o birô israelense. “A composição do produto interno bruto (PIB) mudou drasticamente após a mobilização generalizada de reservistas, além do pagamento de custos habitacionais e escassez de mão-de-obra”.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Cerca de 70% da infraestrutura civil do enclave foi destruída, resultando em danos muito maiores ao povo palestino, sobretudo mulheres e crianças, sujeitas a bombardeios, fome e doenças.

O governo israelense sofre pressão interna por uma resolução da crise e pressão diplomática internacional por um cessar-fogo. O premiê Benjamin Netanyahu, no entanto, teme que tais medidas culminem no colapso de sua coalizão e em sua deposição do cargo.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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