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Hamas diz ‘não saber exatamente’ se reféns em Gaza estão vivos ou mortos

Bassem Naim, membro do gabinete político do grupo Hamas e ex-ministro da Saúde de Gaza, durante coletiva de imprensa na Cidade do Cabo, na África do Sul, em 29 de novembro de 2023 [Rodger Bosch/AFP via Getty Images]

Bassem Naim, membro do gabinete político do grupo Hamas, disse “não saber exatamente” se os prisioneiros de guerra mantidos na Faixa de Gaza estão vivos ou mortos, após cinco meses de bombardeios indiscriminados por parte de Israel.

“Não sabemos exatamente quem está vivo e quem está morto, quem foi morto pelos ataques e pela fome”, declarou Naim à rede de notícias AFP na cidade do Cairo. “Há prisioneiros mantidos em custódia por diversos grupos em diversos lugares”.

A questão dos reféns é central nas negociações em curso no Cairo, a fim de conquistar um cessar-fogo em Gaza, apesar da ausência de Israel.

Os países mediadores — Egito, Catar e Estados Unidos — buscam um acordo antes do início do mês islâmico do Ramadã, em 11 de março.

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Segundo a imprensa israelense, o premiê Benjamin Netanyahu insiste que o Hamas encaminhe uma lista com o nome dos reféns, estimados em torno de 130 pessoas.

O Hamas reivindica um cessar-fogo completo, libertação de presos políticos e retirada das forças ocupantes de Gaza como contrapartida à soltura dos reféns.

“A questão referente aos detalhes dos prisioneiros sequer foi citada por quaisquer documentos ou propostas que circularam durante o processo de negociação”, explicou Naim.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. Conforme o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas foram mortas na ocasião e outras 253 foram tomadas de reféns.

Contudo, desde então, reportagens investigativas do jornal israelense Haaretz confirmaram que grande parte das fatalidades incorreu de “fogo amigo”, sob ordens militares gravadas para que tanques e helicópteros disparassem contra os reféns.

Em Gaza, mais de 30 mil pessoas foram mortas pelos ataques israelenses, além de 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados, em meio à destruição de 70% da infraestrutura civil. Hospitais, escolas, zonas residenciais, abrigos e rotas de fuga não foram poupados.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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