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Ben-Gvir exige limite de fiéis em Al-Aqsa durante o Ramadã

Domo da Rocha e pátio de Al-Aqsa, vazio devido às restrições israelenses, em Jerusalém ocupada, 16 de fevereiro de 2024 [Mohammad Hamad/Agência Anadolu]
Domo da Rocha e pátio de Al-Aqsa, vazio devido às restrições israelenses, em Jerusalém ocupada, 16 de fevereiro de 2024 [Mohammad Hamad/Agência Anadolu]

O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, reivindicou neste domingo (3) que seu comissário de polícia, Kobi Shabtai, permita a entrada de apenas alguns milhares de fiéis na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, durante o mês islâmico do Ramadã.

Al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado para o islamismo. Violações israelenses sobre os direitos de culto e planos para demolir Al-Aqsa foram citados pelo Hamas como razão para sua operação transfronteiriça de 7 de outubro.

Desde então, Israel mantém ataques indiscriminados contra a Faixa de Gaza sitiada, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Ameaças de autoridades coloniais à véspera do Ramadã alimentam receios de maior escalada.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

Ben-Gvir é chefe do partido supremacista Otzma Yehud (Poder Judaico), notório por declarações e práticas racistas e inflamatórias.

Segundo o jornal israelense Maariv, “Ben-Gvir disse a Shabtai durante reunião, no domingo, que seria correto [sic] restringir o número de fiéis muçulmanos na Mesquita de Al-Aqsa a somente alguns milhares, para que a polícia esteja preparada para responder em caso de tumulto”

O establishment militar e político de Israel ainda não decidiu como será feita a entrada de fiéis a Al-Aqsa durante o Ramadã, que começa em 11 de março.

Segundo o Maariv, “O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve realizar uma nova discussão amanhã [segunda-feira] sobre a pauta das restrições na Mesquita de Al-Aqsa durante o Ramadã, com presença de Ben-Gvir, Shabtai e oficiais do exército e do Shin Bet”.

Em fevereiro, chefes de segurança do Estado ocupante expressaram objeção aos planos de Ben-Gvir de impedir a entrada de palestinos da Cisjordânia a Al-Aqsa durante o Ramadã, ao limitar o acesso a cidadãos de Jerusalém e do território considerado Israel — capturado durante a Nakba, ou “catástrofe”, em 1948, mediante limpeza étnica.

Conforme análises de segurança, obstruções levariam a uma escalada nos territórios ocupados.

Conversas sobre maiores proibições em Al-Aqsa durante o Ramadã incitaram ainda a condenação de países e regimes árabes.

Desde o início do genocídio em Gaza, a polícia israelense limita o acesso de fiéis a todas as áreas da mesquita, especialmente nas sextas-feiras.

 LEIA: Mercado de tâmaras de Israel teme boicote durante o Ramadã

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