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Israel ataca tendas de refugiados em Rafah, mata 11 pessoas

Ambulâncias levam corpos das vítimas de um ataque israelense a tendas de refugiados em Rafah, no sul de Gaza, ao Hospital do Kuwait, em 2 de março de 2024 [Jehad Alshrafi/Agência Anadolu]
Ambulâncias levam corpos das vítimas de um ataque israelense a tendas de refugiados em Rafah, no sul de Gaza, ao Hospital do Kuwait, em 2 de março de 2024 [Jehad Alshrafi/Agência Anadolu]

Forças israelenses atacaram um campo de refugiados em Rafah, no extremo sul de Gaza, perto da fronteira com o Egito, onde palestinos deslocados pelos ataques da ocupação se abrigam em tendas improvisadas. Ao menos 11 pessoas morreram e 50 ficaram feridas.

O ataque a drone, realizado neste sábado (2), ocorreu nos arredores do Hospital Maternidade al-Hilal al-Emirati, no distrito de Tal as-Sultan, na periferia de Rafah.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, Abdel Fattah Abu Marhi, chefe da equipe de socorristas do centro médico, foi morto e crianças foram feridas.

“Uma tenda lotada de refugiados, incluindo uma família inteira, foi diretamente atingida por um ataque a drone”, reportou Hani Mahmoud, contato em Rafah, à rede de notícias Al Jazeera.

Oito corpos foram levados ao Hospital do Kuwait, em meio a “cenas bastante caóticas”, reiterou Mahmoud, ao notar a falta de capacidade da pequena clínica para atender o grande número de feridos.

“O ataque atingiu diretamente uma tenda, onde pessoas se abrigavam; estilhaços chegaram até dentro do hospital, onde eu e meus amigos estávamos sentados”, confirmou uma testemunha à Reuters. “Sobrevivemos por um milagre”.

Em dezembro, palestinos foram instruídos por Israel a se deslocarem novamente a Tal as-Sultan, sob risco de bombardeios. Segundo correspondente da Al Jazeera, contudo, o incidente mostra que “a narrativa de que Rafah é uma zona segura é absolutamente falsa”.

“Embora não seja a primeira vez que Tal as-Sultan é atacada, provavelmente é a pior”, destacou Mahmoud. “O sentimento das pessoas sobre a segurança de Rafah está em frangalhos”.

Na manhã de sábado, dezessete pessoas foram mortas por ataques aéreos contra três casas ao longo de Gaza. Segundo a agência de notícias Wafa, jatos israelenses atacaram duas residências a leste de Deir el-Balah, no centro de Gaza, deixando 15 mortos.

“A noite passada foi dificílima para Deir al-Balah, com ataques implacáveis de tanques e jatos de guerra durante toda a madrugada”, reportou o correspondente local Abubaker Abed. “Houve ao menos dez explosões, sobretudo no oeste e leste da cidade”.

No campo de refugiados de Jabalia, no norte, aviões israelenses atingiram uma casa e mataram duas pessoas. O local abrigava 70 refugiados.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30.320 mortos e 71.533 feridos — dois terços dos quais, mulheres e crianças. Segundo o Ministério da Saúde, foram 92 mortos nas últimas 24 horas.

No dia anterior, mais de cem pessoas foram mortas a tiros por forças israelenses ao redor de um comboio assistencial, no que ficou conhecido como “massacre da farinha”.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

LEIA: Responsabilidade sobre ‘massacre da farinha’ recai a Israel, alerta Europa

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