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Papa ora por paz na Ucrânia e na Palestina, exclui Israel em meio a crise diplomática

Papa Francisco celebra missa da Epifania na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 6 de janeiro de 2024 [Riccardo De Luca/Agência Anadolu]

O Papa Francisco dedicou suas orações deste domingo (18) a Palestina e Ucrânia, contudo, sem citar Israel, frequentemente incluso em seus sermões, à medida que o Estado ocupante subiu o tom contra o Vaticano e outros países da comunidade internacional, deflagrando uma cadeia de cisões diplomáticas em todo o mundo.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

O papa incluiu ainda Sudão e Moçambique em suas preces e pediu aos fiéis que não esqueçam dos conflitos que assolam a África e outras partes do mundo.

“Na Europa, na Palestina ou na Ucrânia … não nos esqueçamos que a guerra é sempre uma derrota”, acrescentou o líder da Igreja Católica.

Na quarta-feira (14), Israel reagiu agressivamente a uma declaração do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, na qual advertiu contra o grande número de fatalidades civis na campanha em Gaza, ao enfatizar reivindicações populares por um cessar-fogo.

LEIA: Após denúncia de ‘holocausto’ em Gaza, Israel declara Lula ‘persona non grata’

“Há um argumento de que Israel tem o direito de se defender desde que proporcionalmente, o que, torna-se claro, não é o caso quando 30 mil pessoas são assassinadas”, destacou Parolin, ao expressar a indignação do público sobre os “massacres” realizados em Gaza.

No dia seguinte, a embaixada israelense na cidade-Estado emitiu uma nota atacando as falas do chanceler vaticano como “vergonhosas”, termo que se repetiu nas ofensas a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, neste domingo (18), após este denunciar o genocídio palestino como análogo aos crimes do Holocausto.

Sob profundo revés de relações públicas, contudo, a embaixada israelense divulgou outra nota na quinta-feira (15) dizendo que pretendia usar o termo “infeliz” em vez de “vergonhoso”, e que ocorrera um erro de tradução do inglês ao italiano. Ainda assim, se negou a qualquer retratação diante da Santa Sé.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 29.092 mortos e 69.028 feridos — na maioria, mulheres e crianças.

Em torno de 70% da infraestrutura civil de Gaza foi destruída pela varredura norte-sul realizada pelas forças ocupantes. Hospitais, escolas, abrigos e mesmo rotas de fuga não foram poupadas. Dois milhões de pessoas foram desabrigadas.

Na última semana, os ataques israelenses avançaram à cidade fronteiriça de Rafah, que abriga 1.5 milhão de refugiados, incitando receios de um êxodo em massa ao deserto do Sinai.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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