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Mantendo Gaza on-line: O que acontece quando as linhas de comunicação são cortadas durante a guerra

Sob os bombardeios de Israel, Gaza enfrenta não apenas devastação material, mas também um gravíssimo blecaute nas comunicações, deixando residentes, jornalistas e paramédicos em uma situação bastante precária. Ao alvejar deliberadamente a infraestrutura de internet e telefonia, além de escritórios de imprensa, forças israelenses criaram desafios sem precedentes não apenas àqueles em Gaza, mas também às pessoas no exterior que buscam informações sobre suas famílias.

Em meio ao contínuo bombardeio israelense em Gaza, a região enfrenta não apenas a devastação física, mas também um grave apagão nas comunicações, deixando palestinos, jornalistas e agências de resgate em uma situação terrível. O direcionamento deliberado de linhas telefônicas, conexões de Internet e escritórios de mídia pelas forças israelenses criou desafios sem precedentes não apenas para os habitantes de Gaza, mas também para os estrangeiros que tentam entrar em contato com seus familiares no enclave.

Desde 7 de outubro, Gaza tem sido submetida a um pesado bombardeio israelense, resultando na destruição da infraestrutura, linhas telefônicas danificadas e conexões de internet cortadas. Isso fez com que as agências de resgate tivessem dificuldades para coordenar as operações ou descobrir onde as últimas vítimas caíram, deixando as pessoas impossibilitadas de entrar em contato com seus familiares ou buscar assistência.

Os jornalistas e profissionais da mídia enfrentaram desafios excepcionais, com mais de 50 instalações ou escritórios de mídia destruídos e mais de 120 jornalistas e profissionais da mídia mortos na Faixa de Gaza sitiada e na Cisjordânia ocupada. O bombardeio incessante de edifícios que abrigam escritórios de imprensa forçou os jornalistas a trabalhar em campo, fora dos hospitais, arriscando suas vidas para relatar o horror que se desenrola no enclave.

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Israel não só atacou escritórios de mídia, mas também bombardeou redes de telecomunicações, intensificando suas campanhas de bombardeio durante os períodos de apagão. Esses blecautes foram descritos pelos palestinos como “noites de horror” e levaram a soluções inovadoras, como recorrer a eSIMs globais para obter conectividade com a Internet. No entanto, mesmo essa solução alternativa apresenta desafios, exigindo que as pessoas encontrem locais elevados ou áreas de fronteira aberta para manter uma conexão.

Para combater o apagão de comunicação, surgiu a campanha global #ConnectingGaza, com o objetivo de fornecer aos palestinos eSIMs para que permaneçam on-line. Pessoas de todo o mundo compraram e doaram esses eSIMs, permitindo que jornalistas e outras pessoas contornassem os desafios de comunicação impostos a eles.

Com a eletricidade cortada em toda a Faixa de Gaza desde o início da guerra de Israel contra o enclave, as pessoas recorreram a painéis solares para alimentar dispositivos essenciais, como telefones celulares e baterias domésticas. Iniciativas como a #ConnectingGaza desempenham um papel fundamental na manutenção de uma linha de vida de comunicação em uma região devastada pela guerra, onde o acesso à informação é crucial para a esperança e a resiliência.

Presos em Gaza sem meios de escapar das campanhas de bombardeio de Israel, os palestinos, inclusive crianças, recorreram a seus telefones para documentar e compartilhar informações. Esse esforço de base tornou mais difícil para Israel controlar a narrativa, paois o mundo testemunha o impacto humano do conflito por meio de relatos em primeira mão eAArtiDiante da destruição implacável e dos desafios de comunicação, o povo de Gaza, os jornalistas e as iniciativas globais se esforçam para manter as linhas de comunicação abertas. À medida que o conflito continua, esses esforços se tornam essenciais para proporcionar esperança, resiliência e uma conexão crucial com o mundo exterior.d.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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