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Noruega transfere US$26 milhões a UNRWA sob difamação de Israel

Escola da UNRWA no campo de refugiados de al-Am’ari, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em 3 de fevereiro de 2024 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

A Noruega anunciou ter enviado US$26 milhões em doações à Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), após diversos países decidirem cortar a ajuda humanitária a Gaza sob uma campanha de difamação israelense.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

O chanceler norueguês, Espen Barth Eide, confirmou a medida na rede social X (Twitter), nesta quinta-feira (8), ao reiterar: “A UNRWA é a medula espinhal dos esforços humanitários em Gaza. Seus serviços são críticos a milhões de pessoas em necessidade extrema”.

A agência fornece socorro humanitário, incluindo comida, saúde, educação e abrigo não apenas a Gaza como a toda a região, desde sua criação em 1949, com recursos voluntários de Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

Cerca de 5.9 milhões de refugiados palestinos dependem dos serviços da agência.

Israel mantém uma violenta campanha contra a organização, a fim de exterminar a questão dos refugiados palestinos.

LEIA: 84% das instalações de saúde em Gaza foram danificadas, alerta ONU

Em 26 de janeiro — no mesmo dia do veredito de “plausibilidade” sobre o genocídio israelense do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia —, Israel denunciou 13 trabalhadores da UNRWA, dentre 30 mil funcionários, por participar das ações do Hamas em 7 de outubro. No entanto, sem provas.

Ainda assim, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Itália, Canadá, Finlândia, Islândia, Austrália, Grã-Bretanha, Holanda, França, Áustria, Japão e Estônia cortaram suas remessas à UNRWA, em um momento no qual a população de Gaza sofre com fome generalizada e epidemias.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, por sua vez, pediu um inquérito urgente sobre as alegações de Israel, junto a uma investigação prontamente lançada pela própria agência.

Noruega, Irlanda, Espanha e Escócia mantiveram as doações.

Israel lançou sua ofensiva a Gaza em 7 de outubro, deixando 27.708 mortos e 67.174 feridos até então. Cerca de 85% da população foi deslocada à força e 60% da infraestrutura civil do enclave foi destruída, conforme dados das Nações Unidas.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

 

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