Dezenas de palestinos não identificados foram sepultados em um enterro coletivo em Gaza na terça-feira, depois que as autoridades israelenses entregaram os corpos que estavam guardados em Israel, informa a Reuters.
Muitos espectadores cobriram seus narizes com máscaras enquanto cerca de 100 corpos eram colocados em sepulturas na cidade de Rafah, no sul do país, antes que os tratores empilhassem areia sobre eles.
Autoridades palestinas disseram que os corpos incluíam vítimas da guerra Israel-Palestina e cadáveres que haviam sido desenterrados enquanto as forças israelenses avançavam por Gaza. Israel não comentou sobre a entrega ou sobre a afirmação de que alguns corpos haviam sido desenterrados.
“Eles foram enterrados anonimamente, seguindo a Sharia islâmica. Não sabemos onde eles foram feridos ou mesmo seus nomes”, disse Abu Taha, um médico, no local.
Os corpos foram fotografados antes do enterro e os ferimentos das vítimas foram documentados, disse ele.
“Se Deus quiser, depois que a guerra terminar, serão feitos testes de DNA e outros, mas, no momento, é muito difícil fazer os testes necessários para identificar os nomes e as identidades dos mortos”, disse ele à Reuters.
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As autoridades de saúde confirmaram que haviam recebido 100 corpos, “incluindo corpos inteiros, meios corpos e partes de corpos”.
Os cadáveres foram entregues no início da terça-feira no cruzamento de Karm Abu Salem, controlado por Israel, entre Israel e Gaza, disseram autoridades palestinas.
Os corpos chegaram a um espaço aberto em Rafah, onde trabalhadores e médicos aguardavam ao lado de uma longa fila de sepulturas recém-cavadas. Os corpos, embrulhados em sacos plásticos azuis, foram transferidos para o local em um caminhão refrigerado.
Israel iniciou sua ofensiva militar em Gaza depois que militantes palestinos do enclave costeiro começaram a atacar o sul de Israel em 7 de outubro. Muitos dos residentes de Gaza foram levados para o sul, desde então, para locais como Rafah.
Entre a multidão estava Issa Abu Sarhan, que estava tentando encontrar seu filho entre os corpos.
“Estou procurando meu filho, ele pode ou não estar entre eles”, disse o pai.
“Eu havia enterrado meu filho no cemitério Al-Nimsawi em Khan Yunis (no sul de Gaza), e soube que os judeus levaram os corpos do cemitério, então vim aqui quando soube que os corpos foram recebidos para procurar meu filho”, disse ele.
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