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África do Sul insta países a cortar apoio financeiro ao exército de Israel

Ministra de Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, durante coletiva de imprensa em frente ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), durante audiência para anunciar a decisão preliminar sobre as denúncias de que Israel comete genocídio em Gaza, na cidade de Haia, na Holanda, em 26 de janeiro de 2024 [Selman Aksünger/Agência Anadolu]

Todos os Estados têm obrigação de cortar o financiamento e os incentivos às ações militares de Israel em Gaza, após o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) confirmar que tais esforços podem equivaler a genocídio, declarou Naledi Pandor, ministra de Relações Exteriores da África do Sul, nesta quarta-feira (31).

Na última sexta-feira (26), a corte sediada em Haia ordenou Israel a assumir todas as medidas a seu alcance para impedir incitação e atos de genocídio e melhorar as condições humanitárias na Faixa de Gaza sitiada, ao acatar um requerimento neste sentido da África do Sul.

Apesar de não ordenar um cessar-fogo imediato, a corte confirmou seguir com as investigações, em um processo histórico que deve levar anos.

A África do Sul é considerada há décadas aliada da causa palestina, ao comparar a situação nos territórios ocupados com o regime de apartheid, denúncia ecoada organizações proeminentes, como Human Rights Watch, Anistia Internacional e a ong israelense B’Tselem.

“Consideramos que a avaliação [de Haia] mostra plausibilidade de que um genocídio incide aos palestinos de Gaza”, reiterou Pandor a jornalistas. “Isso necessariamente impõe uma obrigação a todos os Estados que cessem o financiamento e o apoio ao exército israelense”.

O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa celebrou a decisão de Haia como um passo adiante para a justiça e reiterou a necessidade de Israel respeitar as orientações.

LEIA: Presidente da África do Sul: “Os crimes de Israel são claros, não vamos recuar diante da verdade

Todavia, no mesmo dia do veredito, o Estado israelense difundiu acusações contra 12 oficiais da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), entre 30 mil funcionários, ao acusá-los de participar dos ataques do Hamas de 7 de outubro.

Israel não deu detalhes, tampouco compartilhou provas a suas acusações.

Ainda assim, Estados Unidos e outros países cortaram o envio de recursos à agência das Nações Unidas, que presta serviços críticos aos palestinos carentes.

Os ataques israelenses a Gaza deixaram 26 mil mortos e 65 mil feridos até então — em maioria, mulheres e crianças —, além de dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

 

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