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Farinha e arroz acabam no norte de Gaza, aumenta ameaça de fome

23 de janeiro de 2024, às 16h11

Criança deslocada espera para receber alimento distribuído em Rafah, no sul de Gaza, em 22 de dezembro de 2023 [Abed Zagout/Agência Anadolu]

O gabinete de comunicação do governo estabelecido em Gaza alertou nesta segunda-feira (22) para o risco de “fome real” no norte do território costeiro, após as reservas de arroz e farinha se exaurirem.

Cerca de 400 mil palestinos podem morrer de fome, segundo as estimativas.

“A ocupação forçou nosso povo a recorrer a grãos e ração animal para compensar a perda de trigo, devido à ameaça de fome real sob a agressão contínua e a escalada no cerco contra a população civil”.

A região é submetida a “um grave cerco que coincide com o seguimento da guerra genocida travada pelo exército ocupante, impedindo que qualquer assistência humanitária chegue às províncias desde o início da campanha”.

O gabinete confirmou também “dezenas de casos de execuções de campo, conduzidas pelas forças israelenses, contra dezenas de mártires que buscavam comida nas províncias do norte e centro de Gaza”.

A nota responsabilizou Israel e aliados, sobretudo os Estados Unidos, pelos crimes citados, ao denunciar “violação da lei humanitária internacional e de todos os acordos e tratados que garantem o direito à comida a todos os seres humanos”.

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A nota reivindicou ainda da comunidade internacional que “trabalhe séria e urgentemente para prover insumos e assistência alimentar à totalidade do povo palestino, com destaque às províncias do norte e centro de Gaza”.

Por fim, instou “fim da guerra genocida contra o povo palestino, fim do banho de sangue e do assassinato deliberado de civis, mulheres e crianças”.

Israel mantém ataques implacáveis contra Gaza desde 7 de outubro, deixando mais de 25 mil mortos, 63 mil feridos e dois milhões de desabrigados; na maioria, mulheres e crianças. Cerca de 60% da infraestrutura civil foi destruída.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.