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Palestinos de Gaza decidem se casar nos campos de refugiados

Mustafa Shamlah e Efnan Jibril se casam em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 12 de janeiro de 2024 [Hani Alshaer/Agência Anadolu]

Como mais uma das variadas manifestações de resiliência palestina, os refugiados de Gaza continuam a realizar casamentos nos abrigos e campos improvisados no enclave sitiado. De acordo com reportagem da rede Arabi21, muitos casais jovens decidiram constituir família como contraponto às ruínas deixadas pela guerra.

Yasmine e Muhammad Medhat Abdel-Al celebraram sua união em uma escola de Rafah, no extremo sul de Gaza, que abriga milhares de deslocados internos. Fotos e vídeos do evento viralizaram online.

Abdel-Al e sua família foram expulsos de sua casa, no centro de Gaza, após ela ser destruída por bombas de Israel. A princípio, fugiram ao Hospital al-Shifa, na esperança de que o maior complexo de saúde do território palestino fosse poupado. Porém, quando tropas israelenses invadiram o hospital, a família viu-se obrigada a buscar abrigo em uma escola de Deir Yassin, no sul de Gaza.

Segundo o jovem noivo, ele e Yasmine planejavam realizar a peregrinação a Meca (Umrah), em vez de uma festa de casamento. Seus sonhos, no entanto, foram destruídos pelo cerco e pela brutal destruição de suas casas.

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“Decidimos nos casar nesse colégio porque fomos expulsos de nossas casas e não sabemos quando vamos conseguir voltar”, observou Abdel-Al.

Muhammad al-Ghandour também se casou em um campo de refugiados de Rafah, perto da fronteira com o Egito. Ele e sua noiva celebraram a união junto de alguns parentes, amigos e outros refugiados.

Al-Ghandour então acompanhou sua esposa, Shahad, em um vestido branco com bordados tradicionais palestinos, a uma tenda decorada com luzes coloridas. O casal também não tem um teto, após suas casas serem destruídas pela campanha israelense.

“Tudo ficou para trás, suas jóias, suas roupas, tudo”, comentou al-Ghandour. “Que Deus nos console”.

Desde 7 de outubro, Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, deixando 25 mil mortos, 60 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Cerca de 70% das unidades habitacionais de Gaza foram destruídas. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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