Uma enorme multidão de pessoas corria e se acotovelava em uma praia da Cidade de Gaza quando a notícia de uma entrega de farinha se espalhou, sua fome e desespero eram óbvios no caos que se desenrolava na areia ao lado dos escombros e do metal retorcido de prédios destruídos, informa a Reuters.
Algumas pessoas carregavam sacos para encher de farinha, outras subiram em caminhões de ajuda da ONU, jogando o que pareciam ser sacos de farinha na multidão abaixo, de acordo com imagens postadas nas mídias sociais no domingo.
A Cidade de Gaza, no norte do pequeno e lotado enclave, foi o primeiro grande foco de bombardeio e ataque de Israel após o início da guerra em 7 de outubro, quando o grupo Hamas invadiu a fronteira, matando mais de 1.200 pessoas em cidades israelenses.
Entretanto, desde então, foi revelado pelo Haaretz que os helicópteros e tanques do exército israelense haviam, de fato, matado muitos dos 1.139 soldados e civis que Israel alegou terem sido mortos pela resistência palestina.
Israel ordenou que todos os residentes da Cidade de Gaza saíssem em outubro, embora muitos tenham permanecido apesar da guerra, e outros tenham retornado desde que os militares retiraram algumas tropas de lá no mês passado, dizendo que os civis ainda devem se manter afastados.
LEIA: ONU quer mudança urgente no fluxo de ajuda para combater fome e doenças em Gaza
Os bombardeios israelenses já mataram mais de 24.100 palestinos desde 7 de outubro, segundo as autoridades de saúde de Gaza.
Em dezembro, um relatório apoiado pela ONU afirmou que todos os 2,3 milhões de habitantes de Gaza enfrentavam níveis de crise de fome, com o risco de fome aumentando a cada dia e a proporção da população que enfrentava insegurança alimentar aguda subindo para o nível mais alto já registrado globalmente.
Dentro de Gaza, a fome não está distribuída de forma homogênea. Quase toda a ajuda que chega ao enclave passa por Rafah, na fronteira com o Egito, e as agências humanitárias citaram problemas na distribuição de suprimentos.
Na sexta-feira, o escritório humanitário da ONU disse que as autoridades israelenses estavam negando sistematicamente o acesso ao norte de Gaza, onde está localizada a Cidade de Gaza, para entregar ajuda, prejudicando significativamente suas operações no local.
Os militares israelenses negaram ter bloqueado a entrada de ajuda.
LEIA: Israel está realizando o “conflito mais mortal do mundo” diz Oxfam
Na praia da Cidade de Gaza, alguns carros brancos da ONU com a bandeira azul da organização passaram pela areia. Algumas pessoas podiam ser vistas no vídeo postado, lutando contra o peso de sacos pesados.
Inserir post
A Reuters conseguiu autenticar o local da filmagem que mostra a luta pela ajuda a partir de prédios e terrenos visíveis no vídeo, mas não a data em que foi filmada.
Este conteúdo da Middle East Monitor está licenciado sob uma Internacional Creative Commons Atribuição Não Comercial de Livre Compartilhamento (Attribution-NonCommercial-ShareAlike) 4.0.. Se a imagem tiver nosso crédito, essa licença também se aplica a ela. O que isso significa? Para permissões além do escopo desta licença, entre em contato conosco.
Detectou um erro nesta página? Informe-nos
