EUA enviam oferta a Teerã para encerrar tensões regionais, alega emissário iraniano

Hossein Akbari, embaixador iraniano na Síria, afirmou que Washington enviou uma mensagem à república islâmica, por meio de uma delegação do Golfo, para encerrar as tensões regionais que tomam a região há anos, e não apenas para uma solução parcial dos conflitos.

A declaração ocorre em meio à escalada de tensões devido às ações israelenses em Gaza, com um novo ápice devido ao assassinato do vice-líder político do Hamas, Saleh al-Arouri, na capital libanesa Beirute, por um ataque a drone, e um atentado que atingiu um evento em memória ao general iraniano Qassem Soleimani, na cidade de Kerman.

Soleimani, comandante das forças al-Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã, foi assassinado perto do aeroporto internacional de Bagdá em 3 de janeiro de 2020, sob ordem do então presidente americano Donald Trump.

Os ataques a Beirute e Kerman ocorreram em um intervalo de 24 horas, na última semana.

Em entrevista exclusiva ao site de notícias Al-Ahed, Akbari insistiu que os “atos de terrorismo” representados pelos dois ataques a bomba contra o memorial de Soleimani, em solo iraniano, são um reflexo das evidentes fraquezas do Estado de Israel.

“A entidade sionista chegou a um ponto em que não pode fazer nada senão assassinar mulheres e crianças, destruir casas sobre seus residentes, conduzir atos terroristas e assassinar figuras da resistência”, argumentou Akbari.

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“Israel mata e bombardeia por um lado, mas, por outro, envia delegações ao Irã e à resistência no Líbano, Iraque, Palestina, Síria e Iêmen”, acrescentou o relato. “Os americanos temem a ideia de que essa guerra possa levar ao apagamento de sua entidade colonial”.

“Estados Unidos e Israel temem a resposta iraniana porque sabem que o que fizeram são prova de sua fraqueza e percebem que cada ato terrorista que planejaram ou realizaram até então foi sucedido por uma resposta forte e decisiva do Irã”.

Segundo o emissário, a Casa Branca enviou delegações a Teerã para conter o conflito. “Dez dias atrás, recebi uma mensagem de um país do Golfo de que os americanos queriam rematar todos os problemas na região e não apenas solucionar parcialmente o conflito”.

Akbari não deu detalhes, mas afirmou: “Muçulmanos e todos os povos livres do mundo buscam liberar a cidade de Jerusalém, em particular, dado que o eixo de resistência hoje é mais forte do que em qualquer outro momento e que a entidade sionista está fraca do que nunca”.

Desde 7 de outubro, Israel mantém ataques implacáveis contra Gaza, matando 22.835 pessoas e ferindo outras 58.416 — a maioria mulheres e crianças. Dois milhões foram deslocadas à força, em meio à destruição de 60% da infraestrutura e cerco imposto pelas forças ocupantes — sem água, comida, luz ou medicamentos.

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Neste entremeio, Israel buscou expandir as frentes de batalha, ao atacar o sul do Líbano, a Síria, e mesmo partes do Iraque — locais onde o Irã tem influência.

O grupo houthi no Iêmen, também ligado a Teerã, impôs um embargo ao Mar Vermelho, contra embarcações destinadas a Israel. Os Estados Unidos reagiram ao formar uma coalizão armada contra as operações iemenitas.

Analistas alertam que a continuidade das ações israelenses em Gaza arrisca a disseminação do conflito a uma escala global.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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