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Após polêmica com Dershowitz, professor britânico deve defender Israel em Haia

Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) [Frank van Beek/Agência Anadolu]

O professor britânico Malcolm Shaw foi nomeado por Israel para representar o Estado ocupante no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, na audiência da próxima semana, diante das denúncias da África do Sul sobre o genocídio em Gaza.

Shaw foi escolhido para comandar a defesa israelense no lugar de Alan Dershowitz, controverso advogado notavelmente próximo do premiê Benjamin Netanyahu.

A indicação sucedeu a inclusão de Dershowitz nos documentos judiciais sobre o caso de Jeffrey Epstein, multimilionário condenado por tráfico humano e pedofilia. Segundo as informações, Epstein aliciou uma menina de 16 anos para o advogado americano.

Dershowitz é conhecido por defender criminosos notáveis, incluindo Epstein, o ex-produtor de Hollywood e estuprador em série Harvey Weinstein, o ex-presidente Donald Trump e o ex-atleta de futebol americano OJ Simpson.

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Trump também está na lista, assim como o ex-presidente democrata Bill Clinton.

A indicação de Shaw foi confirmada por uma conta oficial de Israel na rede social X (Twitter). Ele é um dos quatro advogados contratados para as audiências de 11 e 12 de janeiro.

Segundo relatos, Shaw fez consultoria ao governo israelense em diversas ocasiões, além de outros governos e organizações, diante da corte em Haia, da Corte Europeia de Direitos Humanos e da Suprema Corte na Grã-Bretanha.

O processo requisitado pela África do Sul aponta crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos por Israel.

No primeiro momento, Shaw deve contestar o pedido sul-africano por uma injunção que exija a interrupção das operações israelenses em Gaza.

Analistas apontam que o fato de Israel escolher se defender no TIJ — órgão das Nações Unidas —, sendo signatário da Convenção sobre Genocídio, dificulta a defesa. Alguns dizem se tratar de uma estratégia de alto risco adotada por Israel.

Israel mantém uma implacável ofensiva a Gaza desde 7 de outubro, deixando 22.400 mortos e 57.614 feridos — 70% dos quais mulheres e crianças —, além de dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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