Netanyahu ‘suborna’ israelenses para retornar aos arredores de Gaza

Tamer Eidam, chefe do conselho de assentamentos no sul do território designado Israel, revelou na segunda-feira (1°) que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenta subornar seus cidadãos a voltar ao chamado envelope de Gaza, perto da fronteira nominal com o enclave sitiado.

As informações são do jornal em hebraico Yedioth Ahronoth.

Segundo Eidam, o premiê propôs uma série de incentivos fiscais aos colonos israelenses, apesar da situação ainda ser volátil, sobretudo em meio à continuada invasão a Gaza.

Eidam lidera o conselho regional de Sdot Negev, que abrange 16 assentamentos no noroeste do deserto do Negev (Naqab), região de tensões com comunidades árabes beduínas.

O líder colonial reiterou que o governo insiste no retorno dos residentes sem modificar o status de ameaça de segurança ou investir em educação ou acomodação dos retornantes.

Eidam reafirmou ainda que os esforços de Tel Aviv parecem devolver os residentes à situação anterior a 6 de outubro, isto é, um dia antes da ação surpresa do grupo Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.

Desde então, Israel mantém ataques intensos a Gaza, agravando a crise de segurança e tensões regionais, além de incorrer em 22 mil mortos, 57 mil feridos e dois milhões de desabrigados do lado palestino. As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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Mais cedo, na segunda-feira, a rádio estatal israelense confirmou que o exército ocupante busca preparar o retorno a seis assentamentos no envelope de Gaza, após a evacuação dos residentes devido à guerra.

Segundo as informações, cinco desses colonatos estão situados entre quatro e sete quilômetros de Gaza. O último se localiza a menos de quatro quilômetros de distância.

Netanyahu sofre crise interna, tanto pela crise socioeconômica oriunda da economia de guerra, quanto por impasses políticos que precedem outubro, além da falta de resposta sobre o retorno dos prisioneiros de guerra em custódia do Hamas.Estima-se 130 israelenses ainda detidos em Gaza, contra quase dez mil prisioneiros políticos nas cadeias de Israel, metade dos quais abduzidos no último trimestre — a maioria dos palestinos detidos carece de julgamento ou sequer acusação; reféns por definição.

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